A taxa de subida dos preços acumulada em doze meses não era tão baixa desde fevereiro de 2021 (5,20%) e vem caindo gradualmente em relação aos 12,13% registados em abril do ano passado, segundo os dados divulgados pelo IBGE.
A taxa acumulada da inflação no Brasil no primeiro bimestre de 2023 situou-se em 1,37%, inferior à do primeiro bimestre de 2021 (1,56%).
Apesar dessa melhoria, a inflação de fevereiro foi de 0,84%, a maior para um mês desde abril do ano passado (1,06%) e mais de 0,3 pontos percentuais superior à de dezembro (0,53%).
A taxa de fevereiro foi pressionada pelo aumento dos preços do setor da educação que, logo no início do ano letivo, foi de 6,28%, a maior alta em um mês desde fevereiro de 2004 (6,70%).
Esse aumento teve um peso de 0,35 pontos percentuais na inflação do mês, mais de um terço da taxa, segundo o IBGE.
"Fevereiro é sempre um mês marcado pela educação, já que neste mês são contabilizados os reajustes efetuados pelos estabelecimentos de ensino no final do ano letivo. Normalmente este reajuste é equivalente ao da inflação do ano anterior e por isso estava tão alto", explicou o responsável pelos estudos de inflação do IBGE, o economista Pedro Kislanov.
Dos nove grupos analisados pelo órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro, oito tiveram reajustes em fevereiro. A única exceção foi o vestuário, cujos preços caíram 0,24%.
Os preços dos alimentos, os que mais pesam no índice, aumentaram 0,16% em fevereiro; os do setor de transportes 0,37% e os de habitação 0,82%.
Na tentativa de controlar a inflação, o Banco Central brasileiro vem elevando as taxas de juro que estão em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2016.
A previsão dos economistas de mercado é de que a inflação suba ligeiramente de 5,79% em 2022 para 5,90% em 2023.
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