A semana começou agitada para a TAP, com o Governo a divulgar as principais conclusões do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF). O que se seguiu é público: Alexandra Reis terá de devolver cerca de 450 mil euros da indemnização que recebeu, os líderes da TAP foram exonerados e há agora uma troca de cadeiras na companhia aérea. 

O ponto da situação

Enquanto o Executivo de António Costa e o Governo dos Açores 'discutem' quem informou ou consultou quem, a verdade é que Luís Rodrigues vai voar da SATA para a TAP, mas é previsível que isto aconteça só em abril. 

Isto porque o secretário das Finanças dos Açores, Duarte Freitas, adiantou, na terça-feira, que Luís Rodrigues vai manter-se em funções "até final de março", mas realçou que o conselho de administração da SATA "mantém-se com quórum" devido à presença dos dois administradores não executivos indicados pelo Governo Regional. 

A sua sucessora será, sabe-se já, Teresa Mafalda Soares, que é administradora financeira da SATA desde 2020 e passará a ocupar o cargo de CEO.

O resultado do relatório da IGF só podia determinar esta solução

Ainda na terça-fera, o primeiro-ministro, António Costa, elogiou os resultados financeiros obtidos pela equipa da administração da TAP, que foi exonerada pelo Governo na segunda-feira, mas considerou que estava em causa a relação de confiança dos contribuintes com a empresa.

"A demissão do chairman e da CEO da empresa em nada retira aquilo que deve ser o reconhecimento objetivo de que os resultados da execução do plano de reestruturação da TAP têm sido positivos. Isso é algo que fica a crédito desta administração", assumiu António Costa.

Esses resultados financeiros positivos da TAP, de acordo com António Costa, "não invalida que relativamente ao ato em concreto" da saída da empresa de Alexandra Reis, "que teve as consequências que teve", acabasse por "fragilizar a relação geral de confiança dos contribuintes numa empresa onde os contribuintes tiveram de participar de uma forma muito significativa".

"O resultado do relatório da IGF só podia determinar esta solução", frisou, antes de defender a tese de que nesta questão da TAP "há dois planos completamente distintos".

"A TAP tem um plano de reestruturação cuja execução está a ser cumprida com grande sucesso e antecipando bons resultados. Ainda recentemente a Comissão Europeia fez o elogio à forma como está a ser executado", apontou.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou falar sobre as exonerações na TAP e outros temas da atualidade, sobre os quais remeteu comentários para quinta ou sexta-feira.

Entretanto, a TAP pediu mais 35 dias para enviar a informação pedida à Comissão de Inquérito, considerando que 10 dias é um prazo "manifestamente insuficiente", segundo um requerimento a que a Lusa teve acesso.

A companhia aérea refere que foram feitos 111 pedidos, "muitos dos quais" representam a recolha de "centenas" ou mesmo "milhares" de documentos, de áreas diversas e que exigem que a empresa verifique se contêm informação confidencial.

A comissão de inquérito à TAP aprovou, a 1 de março, todos os requerimentos dos partidos com os documentos a pedir às diferentes entidades, que, segundo o Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, têm 10 dias para responder.

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