"Acompanhamos com toda a atenção esse facto [a subida do desemprego em janeiro], sem o diminuir, mas com a confiança de quem olha para os números no seu conjunto e esse conjunto o que nos mostra é um comportamento muito pujante da sociedade e da economia portuguesa, que se traduz num aumento da população ativa", disse Miguel Fontes à Lusa, em reação aos dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo os dados mensais provisórios do INE, a taxa de desemprego subiu para 7,1% em janeiro, o valor mais elevado desde novembro de 2020 e que compara com 6,8% em dezembro e 5,9% em janeiro de 2022.
Miguel Fontes sublinha que, apesar da subida "ligeira" do desemprego, é de salientar que foi atingida em janeiro "uma taxa de atividade que é a máxima da série, de 68,5%", o que significa que é o valor mais elevado desde 1998.
Em janeiro existiam mais 24 mil pessoas a trabalhar do que em dezembro, referiu, indicando que existem neste momento "4.892.700 pessoas reconhecidas como trabalhadores".
Além disso, o governante salientou que a taxa de desemprego em janeiro, apesar de uma "subida ligeira que merece atenção", historicamente representa o terceiro mês de janeiro mais baixo dos últimos 20 anos, depois de janeiro de 2019 e 2020.
O secretário de Estado avançou ainda que os dados relativamente a fevereiro, que ainda estão a ser trabalhados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) "mostram já, mesmo em cadeia, uma quebra dos números" registados nos últimos meses.
De acordo com as 'Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego' do INE, "em janeiro de 2023, a taxa de desemprego aumentou para 7,1%, o valor mais elevado desde novembro de 2020, quando foi de 7,3%".
Este destaque do INE reviu em alta a taxa de desemprego de dezembro do ano passado dos inicialmente estimados 6,7% para 6,8%, valor superior em 0,3 pontos percentuais ao do mês anterior e em 0,9 pontos percentuais ao de um ano antes.
Em janeiro, o INE estima que a população ativa (5.267,5 mil) tenha registado um acréscimo, em relação ao mês anterior, de 43,6 mil pessoas (0,8%) e que tenha aumentado 1,4% em relação a janeiro de 2022.
Segundo o instituto estatístico, o aumento em cadeia da população ativa "resultou do acréscimo da população empregada (24,0 mil; 0,5%) e da população desempregada (19,6 mil; 5,5%)".
Por seu lado, a diminuição em cadeia de 0,4% da população inativa - para 2.424,7 mil pessoas, "o valor mais baixo desde fevereiro de 1998" - foi "explicada, principalmente, pelo decréscimo do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (7,5 mil; 6,1%)".
Em janeiro, a população empregada (4.892,7 mil) aumentou 0,5% face ao mês anterior e 0,1% comparativamente ao mês homólogo de 2022, enquanto a população desempregada (374,8 mil) subiu em relação ao mês anterior (5,5%) e face a janeiro de 2022 (22,3%).
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