Portugal fecha 2022 com défice externo pela segunda vez desde 2011

A economia portuguesa registou um défice externo de 1.071 milhões de euros em 2022, o correspondente a 0,45% do Produto Interno Bruto (PIB), apresentando necessidades de financiamento pela segunda vez desde 2011, divulgou hoje o BdP.

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Lusa
17/02/2023 13:03 ‧ 17/02/2023 por Lusa

Economia

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Segundo o Banco de Portugal (BdP), no ano passado o défice das balanças corrente e de capital foi de 1.071,06 milhões de euros, correspondendo a 0,45% do PIB, o que compara com um saldo de 2.070,83 milhões de euros em 2021 (0,97% do PIB).

"Excluindo o ano de 2020, em que se verificou um valor marginalmente negativo do saldo [défice de 103,21 milhões de euros, -0,05% do PIB], a economia portuguesa já não apresentava necessidades de financiamento desde 2011", refere o BdP num destaque sobre as estatísticas da balança de pagamentos referente a 2022.

De acordo com o banco central, este valor negativo reflete "o saldo da balança comercial (balança de bens e serviços)". No ano em análise, a balança comercial registou um saldo de -2,1% do PIB, tendo o défice da balança de bens superado o excedente registado na balança de serviços.

O défice da balança de bens aumentou 10.410 milhões de euros em 2022 face a 2021, depois de as importações (31%) crescerem a um ritmo superior às exportações (22%).

Já na balança de serviços, o excedente aumentou 11.019 milhões de euros face a 2021 para 21.519 milhões de euros. "Tanto o saldo como as exportações e as importações de serviços situaram-se acima dos valores pré-pandemia, sendo os mais elevados de toda a série", reitera o banco central.

Segundo o BdP, o saldo da rubrica de viagens e turismo aumentou 9.084 milhões de euros em 2022, tendo as exportações e importações do setor superado as registadas antes da pandemia: "as exportações corresponderam a 115% e as importações a 108% dos valores observados em 2019, tendo sido as mais elevadas de toda a série".

Em 2022, os turistas residentes no Reino Unido, em França e em Espanha, "continuaram a ser os responsáveis pelas maiores receitas turísticas de Portugal".

Nas estatísticas de balança de pagamentos hoje divulgadas, o banco central aponta ainda o recebimento de menos fundos europeus como um fator que determinou "a redução do excedente da balança de rendimento secundário em 350 milhões de euros relativamente a 2021", para 5.304 milhões de euros.

Para este saldo, a rubrica das remessas de emigrantes/imigrantes manteve-se como a que mais contribuiu, com destaque para os emigrantes em França, na Suíça e no Reino Unido a serem "responsáveis por mais de metade das remessas recebidas por famílias portuguesas".

Quanto à balança de capital, esta registou uma "acentuada redução do excedente", em 1.559 milhões de euros, que o BdP atribui, principalmente, "ao recebimento excecional, em julho de 2021, da devolução da margem financeira relacionada com o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF)".

Em 2022, a balança financeira apresentou um saldo negativo de 987 milhões de euros, resultante do aumento dos passivos para o exterior (13.604 milhões de euros) ter sido superior ao incremento dos ativos (12.617 milhões de euros).

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