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"Obras inventadas"? Albuquerque responde por escrito a perguntas

O presidente do Governo da Madeira anunciou hoje que vai responder por escrito às perguntas da comissão de inquérito às alegadas "obras inventadas", que vai ouvir em 28 de fevereiro os administradores dos grupos Sousa e AFA.

"Obras inventadas"? Albuquerque responde por escrito a perguntas
Notícias ao Minuto

17:20 - 14/02/23 por Lusa

Economia Madeira

"Eu vou responder por escrito. Eles [deputados] fazem as perguntas e eu respondo por escrito. É uma prorrogativa que eu tenho e vou usá-la", disse Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da inauguração da nova ETAR da freguesia do Campanário, concelho da Ribeira Brava.

Questionado sobre o porquê de optar por não marcar presença física na comissão de inquérito, o presidente do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) respondeu apenas: "Porque acho que, se tenho o direito de usar a prorrogativa, uso a prorrogativa".

A comissão de inquérito foi constituída na sequência de um pedido com caráter potestativo apresentado pelo grupo parlamentar do PS/Madeira, a maior força política da oposição, que ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo da Assembleia Legislativa Regional.

Tem por objetivo investigar o "favorecimento dos grupos económicos pelo Governo Regional, pelo presidente do Governo Regional e secretários regionais e obras inventadas, em face da confissão do ex-secretário regional Sérgio Marques, em declarações ao Diário de Notícias, suscetível de configurar a prática de diversos crimes".

Em causa estão as acusações de Sérgio Marques, em declarações publicadas em 15 de janeiro, de "obras inventadas a partir de 2000", quando Alberto João Jardim (PSD) era presidente do executivo madeirense, e grupos económicos que cresceram com o "dedo do Jardim".

O social-democrata, que fez também parte do primeiro Governo de Miguel Albuquerque (PSD) como secretário regional dos Assuntos Europeus e Parlamentares, entre 2015 e 2017, e à data das declarações era deputado do PSD à Assembleia da República pelo círculo da Madeira, afirmou ainda que foi afastado do cargo por influência de um grande grupo económico da região.

O PS/Madeira pretendia ouvir 12 entidades e requeria também a "totalidade dos documentos" relacionados com várias obras, mas o presidente da comissão de inquérito, na reunião de 09 de fevereiro, esclareceu que o regime jurídico define que cada deputado pode indicar apenas um nome.

Os três deputados socialistas aceitaram que fossem chamados os três primeiros da sua lista, nomeadamente o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, e os empresários madeirenses Luís Miguel de Sousa (Grupo Sousa) e Avelino Farinha (grupo AFA).

O presidente do conselho de administração do Grupo Sousa, Luís Miguel de Sousa, tem uma vasta área de negócios, detendo o monopólio das ligações marítimas, nomeadamente com o Porto Santo.

Por seu turno, o responsável do grupo AFA, Avelino Farinha e Agrela, é um dos maiores construtores de obras públicas na Madeira.

Em relação aos documentos, o regime jurídico aponta que cada deputado pode requerer dois documentos específicos, sendo que o presidente da comissão, Adolfo Brazão (PSD), quis dar um prazo de três dias ao PS para indicar quais, mas os socialistas recusaram.

Os socialistas pretendiam também a realização de perícias judiciais para apurar datas e prazos de pagamento de várias obras, mas a maioria recusou a proposta.

Deste modo, os trabalhos da comissão arrancam sem consulta de documentos e apenas com a audição das três entidades requeridas, após o que os deputados podem chamar outras pessoas ao abrigo do direito potestativo.

A proposta de trabalho do PCP, que apontava para a audição de seis personalidades, incluindo Sérgio Marques, que entretanto renunciou ao mandato de deputado na Assembleia da República, foi chumbada com os votos de PSD e CDS-PP.

A comissão de inquérito sobre "obras inventadas" na Madeira é composta por quatro deputados do PSD, três do PS, um do CDS-PP e um do PCP, sendo que o JPP prescindiu da sua representação.

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