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África do Sul importa 300MW para colmatar crise de eletricidade

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje que a África do Sul importou 300MW de energia elétrica dos países vizinhos para fazer face aos cortes constantes de eletricidade de 12 horas por dia que continuam a afetar os sul-africanos.

África do Sul importa 300MW para colmatar crise de eletricidade
Notícias ao Minuto

11:33 - 07/02/23 por Lusa

Economia África do Sul

"Através de um acordo de 'pool' de energia regional, já importamos 300 MW de capacidade de países vizinhos e estamos a trabalhar para aumentar com mais 1.000 MW", anunciou o chefe de Estado sul-africano, sem avançar detalhes.

Falando na manhã de hoje na Feira de Minas, African Mining Indaba 2023, na Cidade do Cabo, o Presidente sul-africano adiantou que "além da crise energética e dos problemas nas operações portuárias e ferroviárias, as perspetivas para o próximo ano foram prejudicadas por preocupações com segurança, mineração ilegal e o ritmo do programa de reformas estruturais".

Ramaphosa sublinhou que "o Governo, a indústria, o patronato e as comunidades têm a responsabilidade de assegurar que a indústria de mineração [sul-africana] possa crescer para se tornar competitiva globalmente", salientando que "a crise de eletricidade teve um grande impacto no setor de mineração".

"Para realizar esses objetivos, precisamos de, em primeiro lugar, conseguir um fornecimento seguro de eletricidade, em segundo lugar acelerar as reformas económicas para melhorar o ambiente operacional, combater a mineração ilegal e os danos à infraestrutura, e em quarto lugar melhorar o ambiente regulatório", explicou o líder sul-africano, que é também presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994.

O Presidente recordou que "há seis meses, anunciamos um Plano de Ação Nacional de Energia para melhorar o desempenho das nossas centrais existentes e adicionar nova capacidade de geração à rede o mais rapidamente possível".

Nesse sentido, o chefe de Estado sul-africano explicou que o Governo sul-africano contratualizou desde então "25 projetos representando 2.800 MW de nova capacidade", estando a "facilitar investimento de produtores privados em nova capacidade de geração", acrescentando que "a Eskom está a considerar adquirir capacidade adicional de empresas com capacidade energética disponível", e que o setor de mineração "está a dar passos significativos no sentido de gerar a sua própria energia elétrica".

Na sua intervenção, Ramaphosa salientou que o Conselho de Minerais da África do Sul, que representa as empresas mineradoras, "desenvolveu cerca de 89 projetos de geração de energia integrada desde o levantamento das restrições de licenciamento, com foco em soluções de energia renovável como solar, eólica e armazenamento em baterias".

Nesse sentido, o Presidente sul-africano destacou o projeto de hidrogénio da Anglo-American, que integra o maior camião de transporte de minério do mundo movido a hidrogénio e um ecossistema de apoio às suas operações locais entre as províncias de Limpopo ao KwaZulu-Natal, sudeste do país.

Ramaphosa apontou ainda o setor de logística como "área crítica das reformas" do Governo, acrescentando que "é um grande problema para a indústria de mineração".

"A título de exemplo, em 2022 as exportações de carvão através do terminal de carvão de Richards Bay caíram para cerca de 50 milhões de toneladas, o pior desempenho desde 1993", frisou o chefe de Estado sul-africano, acrescentando que "as ineficiências de infraestrutura resultaram numa queda de 15% na venda de minério".

"A Transnet [empresa pública dos portos e caminhos de ferro] criou parcerias com a indústria e segurança privada para lidar com o roubo de cabos e o vandalismo na rede ferroviária de carga por meio de tecnologias avançadas e pessoal de segurança adicional", salientou o Presidente da República sul-africano.

A companhia estatal elétrica da África do Sul, Eskom, que já foi uma das mais eficientes do mundo, tem mantido cortes de energia em larga escala no país de pelo menos 12 horas por dia, devido à escassez de capacidade de geração resultante de avarias e atrasos no retorno de algumas unidades de geração em serviço.

No ano passado, a empresa pública sul-africana privou o país de mais de 200 dias de eletricidade, segundo dados da empresa pública sul-africana.

A situação precária da empresa pública responsável por 90% da produção nacional, a endividada Eskom, está na origem da crise de eletricidade de longo prazo na economia mais desenvolvida do continente africano.

A empresa pública enfrenta igualmente pagamentos em atraso por parte dos municípios na África do Sul, na ordem dos 52 mil milhões de rands (2,9 mil milhões de euros).

A África do Sul, considerada o maior produtor de eletricidade no continente, de onde provém 80% do carvão, importa também 75% da produção total da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique, sendo um dos principais poluentes a nível mundial.

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