"Para nós, no BCE, este dia de Ano Novo é particularmente importante porque damos as boas-vindas a um novo membro na nossa família: a Croácia", disse Lagarde num vídeo partilhado na plataforma social Twitter.
Na sua mensagem de Ano Novo, a líder do BCE destacou que a Croácia "tem demonstrado um empenho incrível em cada passo do caminho para se juntar à família do Euro" e acrescentou que ter o país a juntar-se à instituição é "uma verdadeira alegria".
Lagarde disse ainda que o Euro "é uma família feliz", mas que tem de enfrentar problemas "de vez em quando".
I’m delighted to welcome Croatia as the 20th member of the euro area! My compliments to the Croatian central bank @HNB_HR and Governor Boris Vujčić on all the hard work to prepare for the adoption of the euro. It’s a fine start to 2023. pic.twitter.com/v6MHSpnJPZ
— Christine Lagarde (@Lagarde) January 1, 2023
"Agora estamos a combater a inflação, como devemos, e vamos continuar a fazê-lo, mas o que é importante é que somos os guardiões do Euro, que é a divisa que nos une, que nos junta. E como presidente do BCE, posso assegurar-vos que vamos continuar a trabalhar arduamente como guardiões do Euro para garantir que temos estabilidades dos preços e financeira, apesar dos choques e das dificuldades que estamos a enfrentar", defendeu.
A Croácia entrou hoje no euro, tornando-se no vigésimo país da União Europeia (UE) a partilhar a moeda única, e passa a integrar o espaço Schengen de livre circulação.
A Croácia abandonou assim a sua moeda nacional, a kuna, tendo a taxa de conversão sido fixada em 7,5345 kunas por cada euro.
Segundo o BCE, até final de 2023, todos os bens e serviços têm de ser indicados em kunas e em euros. Já durante duas semanas após a introdução do euro, tanto kunas como euros (moedas e notas) têm de ser aceites como meio de pagamento.
Em 2022, a moeda única celebrou os 20 anos de circulação física. Desde 1999 o euro já circulava como divisa nos mercados financeiros, mas só em 1 de janeiro de 2002 chegou aos bolsos dos consumidores.
A adesão ao Euro implica que o Estado-membro da União Europeia tem de cumprir compromissos económicos e financeiros, caso de inflação baixa e finanças públicas sólidas.
A Croácia tem quatro milhões de habitantes e um importante setor turístico. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita' (por habitante) ficou 30% abaixo da média da UE (em 2021, o de Portugal foi 26% abaixo da média comunitária).
Apesar dos benefícios que economistas anteveem na adesão ao euro, desde logo porque a maioria do comércio externo é com países da zona euro, os habitantes temem que a adoção do euro aumente ainda mais o preço dos produtos e serviços. Em novembro, a taxa de inflação da Croácia foi de 13,5%.
A Croácia viveu em guerra entre 1991 e 1995 no seguimento da declaração da independência face à Jugoslávia. O país pediu adesão à UE em 2003 e aderiu em 1 de julho de 2013.
O país passa também a partir de hoje a integrar o espaço Schengen de livre circulação na União Europeia, que permite a 420 milhões de pessoas viajarem livremente entre os países membros sem passar por controlos fronteiriços, sendo este o oitavo alargamento e o primeiro ao fim de 11 anos.
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