"Muitos bancos centrais na Europa vão ter resultados negativos em 2022, esse não é o caso do Banco de Portugal, mas esta pressão vai manter-se durante mais alguns anos, portanto, a previsão que temos neste momento é uma redução muito substancial do que possam ser dividendos do Banco de Portugal nos próximos anos", afirmou o governador do BdP, Mário Centeno, na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, em Lisboa.
Centeno assinalou que os bancos centrais a nível global têm registado "uma erosão na sua geração de resultados em virtude da alteração da política monetária".
"O custo de financiamento dos bancos centrais hoje, em virtude das taxas de juro negativas que vivemos durante muito tempo, é mais oneroso que o retorno dos ativos dos bancos centrais, e isso gera uma pressão nos seus resultados", sublinhou.
Esta pressão, segundo o antigo ministro das Finanças, vai manter-se "mais alguns anos", mas que o banco central português "acumulou reservas e provisões" suficientes.
"O Banco de Portugal acumulou reservas e provisões que, na nossa avaliação, são mais que suficientes para cobrir estes custos", concluiu.
O relatório do Conselho de Administração do BdP de 2021 refere que o banco central português entregou ao Estado 406 milhões de euros em dividendos.
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