Taxas de juro? "Não agir teria um custo recessivo maior", diz Centeno
O governador do BdP sublinha que a "inação não é uma opção" perante a aceleração da inflação.

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Economia Mário Centeno
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, reiterou, esta quarta-feira, que não agir em resposta à inflação teria um custo recessivo superior ao que a subida das taxas de juro podem provocar.
"Se não controlarmos a inflação, o comportamento dos agentes económicos induzirá uma recessão e a inflação eliminará os ganhos significativos nos salários, emprego e poupança dos últimos anos. Como tenho vindo a referir, não agir teria um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro pode provocar", disse Centeno, na intervenção de abertura do Grande Encontro Banca do Futuro 2022.
Por isso, Centeno defende que a "inação não é uma opção" e que o "papel do Banco Central Europeu é muito claro neste domínio", tendo como objetivo "trazer a inflação para 2% no médio prazo".
"O quadro macroeconómico atual está cheio de incertezas, associadas ao prolongamento da invasão atroz da Ucrânia e à dependência energética da Europa, onde a inflação elevada inflige uma pressão desestabilizadora. Um cenário prolongado de inflação trará incerteza, perda de confiança dos agentes económicos e uma inevitável recessão", começou por dizer o governador do BdP.
Centeno sublinhou ainda que o sistema bancário português está "muito diferente" e que os "passos que deu nos últimos anos foram determinantes para um futuro de sucesso".
"No final de 2015, três quartos dos ativos e dos depósitos da banca portuguesa estavam em instituições com o futuro comprometido. Não há nenhuma sociedade moderna que consiga crescer neste ambiente. Esta não é uma tarefa do banco central ou do governo. É, e foi, uma tarefa coletiva", afirmou.
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