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Analistas divididos sobre uma subida do 'rating' de Portugal pela Fitch

Os analistas consultados pela Lusa mostram-se divididos sobre se a agência de notação financeira Fitch, que avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em 'BBB' com perspetiva 'positiva', irá subir a o 'rating' de Portugal na sexta-feira.

Analistas divididos sobre uma subida do 'rating' de Portugal pela Fitch
Notícias ao Minuto

16:30 - 27/10/22 por Lusa

Economia Fitch

A agência de notação financeira tem prevista para esta sexta-feira uma avaliação à dívida soberana portuguesa, depois de em maio ter subido a perspetiva de 'estável' para 'positiva' e mantido o nível de investimento da dívida soberana portuguesa em 'BBB'.

"Tendo em conta o passado recente das decisões das agências de rating e o Orçamento do Estado entretanto apresentado e com aprovação certa, é provável que a Fitch suba o 'rating' para 'BBB+' com perspetiva estável, que será a notação equivalente à que a S&P atribuiu no passado dia 9 de setembro", afirma Filipe Garcia, economista e presidente da IMF- Informação de Mercados Financeiros.

Para o economista, a Fitch poderá justificar a eventual subida com o "muito bom desempenho das contas públicas" este ano, que, "com a ajuda da inflação e dos juros ainda baixos estará a permitir uma redução substancial do rácio da dívida em 2022 e será um bom ponto de partida para 2023".

"Também saudará provavelmente o compromisso do OE2023 [Orçamento do Estado para 2023] com a contenção orçamental, apontando a um défice de 1% - o que implica ter margem de manobra -- e uma redução do rácio dívida/PIB (Produto Interno Bruto) para mais perto de 110% do que 115%", refere.

Contudo, salienta que "pessoalmente, teria reservas em subir o rating", considerando que poderá ser "algo precipitado", tendo em conta que "no próximo ano os ventos favoráveis que permitiram uma boa performance fiscal este ano se estão a atenuar ou mesmo inverter" e o crescimento económico será menor do que este ano, a inflação prevê mais baixa e as taxas de juro continuam a subir, num cenário de grande desafio geopolítico e energético.

Contudo, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, acredita que a Fitch deverá manter a perspetiva e o 'rating' de Portugal inalterados.

"É um facto que temos taxas de juro mais elevadas e que as mesmas ainda irão subir mais no curto prazo. Tal irá provocar um ajuste de todos os agentes económicos por força de um custo mais elevado no serviço da sua dívida, no entanto não estamos em crer que os níveis atuais de taxas de juro seja um fator que coloque em causa a dinâmica da atividade económica nacional", justifica.

O analista destaca ainda, assim, que a economia portuguesa continua a mostrar resiliência face aos sinais de abrandamento na conjuntura internacional, destacando que o rácio de dívida sobre o PIB deverá continuar com a trajetória descendente, a taxa de desemprego encontra-se nos níveis mais baixos dos últimos 10 anos, o setor do alojamento está a níveis pré-pandemia e "não existem sinais de recessão económica no país".

Também Henrique Tomé, analista da XTB, antecipa uma manutenção da atual avaliação pela Fitch.

O analista aponta as pressões inflacionistas, o nível de dívida elevado em relação ao PIB e o risco de abrandamento da atividade económica como pontos de pressão, apesar de fatores positivos como a resiliência do setor bancário e um crescimento económico acima da média europeia para este ano.

Em maio, a Fitch destacou o desempenho orçamental e considerando que a estabilidade política apoia a redução da dívida.

"Uma recuperação económica mais forte do que o esperado e um grau de contenção de despesa na resposta do Governo à pandemia levaram a melhores resultados orçamentais em relação à média da zona euro", referiu na nota divulgada na altura.

A próxima, e última, agência que deverá olhar para o 'rating' de Portugal este ano é a Moody's, em 18 de novembro.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.

Leia Também: Madeira? Governo diz ser "significativo" Fitch manter perfil de crédito

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