Sindicatos denunciam interferência da administração do BPI nas eleições

Três sindicatos bancários denunciaram hoje a interferência da administração do BPI no processo eleitoral para a Comissão de Trabalhadores (CT) em curso, acusando-a de apelar ao voto numa das listas e instruir as chefias nesse sentido.

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Lusa
24/10/2022 13:03 ‧ 24/10/2022 por Lusa

Economia

BPI

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Mais Sindicato do Setor Financeiro consideram tratar-se de um "inadmissível atentado aos princípios e direitos de autonomia e independência das Estruturas de representação Coletiva dos Trabalhadores (ERT).

Em causa está um 'e-mail' - datado do passado dia 29 de setembro e a que a agência Lusa teve hoje acesso - assinado pelo presidente executivo (CEO) do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, e dirigido às chefias do banco, apelando "a todos" ao "voto na lista liderada por Sandra Salgado".

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do BPI referiu que "a mensagem em causa foi logo nos dias seguintes retirada e não foi objeto de reuniões ou de difusão interna" generalizada.

"Por iniciativa do banco, em 06/10/2022, este tema foi objeto de esclarecimento em reunião com a Comissão Eleitoral, que não viu razão para alterar o curso normal do processo", acrescentou.

Segundo se lê no 'email' assinado por João Pedro Oliveira e Costa, a "liderança da CT, até agora", por parte de Sandra Salgado "foi uma garantia de harmonia e convergência nas medidas e ações em relação às pessoas do BPI, sem nunca deixar de pressionar a CECA [Comissão Executiva do Conselho de Administração] nem a DPO para as propostas que entendia válidas".

"Ter uma CT forte, independente, mas também colaborativa e que trabalha em prol dos interesses de todos é muito importante para os tempos que se avizinham", sustenta, acrescentando: "Falem com as vossas equipas e apelem ao voto. Chamo à atenção daqueles que vão ter reuniões magnas de trimestre para reforçarem este ponto".

Sublinhando que "tal ingerência do empregador e das chefias nas eleições para a CT (ou noutra qualquer ERT) é absolutamente inadmissível" e "está expressamente proibida por lei", os sindicatos defendem que "tem de merecer o claro repúdio por parte dos trabalhadores e das suas ERT".

Para as estruturas sindicais, "a referida lista candidata, com o referido apoio expressamente proibido por lei, ficou sem condições para uma isenta e credível 'defesa e prossecução coletiva dos direitos e interesses dos trabalhadores', que é primordial finalidade justificativa da existência de qualquer ERT".

"Esta violação dos mais elementares princípios de isenção e autonomia da representação dos trabalhadores será, em consequência, sopesada, pelo que os sindicatos manter-se-ão atentos, denunciando todos e quaisquer atos que comprometam a democraticidade do processo eleitoral em curso", rematam.

Leia Também: Do IGCP para o BPI. Cristina Casalinho será diretora de sustentabilidade

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