Atual crise não deve fazer esquecer "fragilidades" do mercado de capitais
O administrador indigitado para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Juliano Ferreira, afirmou hoje que a atual conjuntura de crise inflacionária não deve fazer esquecer das fragilidades que o mercado de capitais português já revelava anteriormente.
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Economia CMVM
Ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito do processo de indigitação, Juliano Ferreira assinalou que aos efeitos de uma pandemia viriam juntar-se os de uma guerra, realçando o impacto desta conjuntura no aumento generalizado dos preços, seguido de uma tendência de subida dos juros para tentar controlar a inflação.
Porém, "este contexto conjuntural, que não deve deixar de merecer atenção, não deve levar-nos a desconsiderar as insuficiências e fragilidades estruturais que o nosso mercado de capitais já antes revelava", referiu.
No seu entender, a conjugação de riscos emergentes com dificuldades já preexistentes "e a necessidade de dar uma resposta adequada a uns e outros representa o principal desafio e oportunidade que a CMVM enfrentará nos tempos mais próximos".
Em 16 de setembro, o Ministério das Finanças anunciou ter escolhido novos elementos do Conselho de Administração da CMVM, indicando Luís Laginha de Sousa, ex-presidente da Euronext Lisbon e atual administrador do Banco de Portugal, para presidente da CMVM, em substituição de Gabriel Bernardino, que renunciou por questões de saúde após quatro meses em funções.
Como administradores do supervisor das bolsas, as Finanças indicaram Inês Drumond, atual diretora adjunta do Departamento de Estabilidade Financeira do BdP, para a vice-presidência, e ainda Juliano Ferreira, atual diretor do Departamento de Emitentes da CMVM, e Teresa Maria Gil, atual subdiretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, com responsabilidade sobre os impostos sobre o rendimento e as relações internacionais.
Uma vez designados para as respetivas funções, juntar-se-ão ao administrador José Miguel Almeida.
O processo implica, após a designação pelo Conselho de Ministros dos nomes agora indicados, de parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) -- que foi favorável -- e desta audição e emissão de parecer pela Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República.
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