Wall Street fecha em forte quebra com ajustamentos de carteira
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte baixa, sob o efeito da subida dos rendimentos obrigacionistas e ajustamentos de carteira com a aproximação do final do trimestre.
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Economia Bolsa de Nova Iorque
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrisl Average perdeu 1,54%, o tecnológico Nasdaq recuou 2,84% e o alargado S&P500 cedeu 2,11%.
Depois do intervalo de quarta-feira, que tinha assistido a um regresso do otimismo e do apetite pelo risco, o S&P500 voltou a cair e registou um mínimo do ano em fecho da sessão. O índice alargado não tinha caído tão baixo desde novembro de 2020.
"As condições do mercado não são muito claras neste momento", comentou Karl Haeling, da LBBW, para procurar justificar estas alterações brutais. "Há tanta volatilidade. As pessoas estão um pouco abaladas pelo que se passou ontem no Reino Unido".
Na quarta-feira, o Banco de Inglaterra tinha surpreendido os operadores ao anunciar que se vai lançar, até meados de outubro, na compra de títulos de dívida soberana em circulação para procurar estabilizar o mercado obrigacionista britânico.
Karl Haeling adiantou que os investidores em Wall Street também estiveram a reajustar as suas carteiras de investimentos com a aproximação do final do trimestre, desinvestindo fortemente.
Edward Moya evocou a influência das declarações de membros do banco central dos EUA [Reserva Federal (Fed)], que quase todos retomaram o discurso voluntarista do presidente, Jerome Powell, da semana passada.
"Não podemos ter uma economia sã e um mercado de trabalho em bom estado se não conseguirmos a estabilidade dos preços", defendeu a presidente do banco da Fed em Cleveland, Loretta Mester, na estação televisiva CNBC, estimando que o nível atual da taxa da Fed ainda não era "restritivo", o que significa que não causa um arrefecimento da economia.
Este último ponto foi retomado, também hoje, pelo seu colega de St. Louis, James Bullard. Para este banqueiro central, a interpretação dos investidores, segundo a qual "um bom número de subidas de taxa" vão ocorrer este ano, é "a boa".
Já escaldados, os investidores receberam mal o principal indicador do dia, as novas inscrições no subsídio de desemprego, que foram as menores desde o final de abril, em 193 mil, claramente abaixo das 215 mil esperadas.
"Os ativos arriscados (entre as quais as ações) não têm qualquer hipótese, se a economia continuar a mostrar resiliência, apesar de a inflação continuar sensivelmente acima da taxa da Fed", estimou Edward Moya.
As declarações de banqueiros centrais e os fracos números do desemprego contribuíram para fazer subir os rendimentos das obrigações, depois da descida verificada na véspera.
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