Wall Street fecha em baixa e não resiste às subidas das taxas de juro
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores incapazes de resistir à subida das taxas de juro e às suas consequências para o conjunto da economia, sem perspetivas de apoio no horizonte.
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Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,11% e acabou mesmo no mínimo do ano, em termos de valor de fecho, nos 29.260,81 pontos. Desde novembro de 2020, que este índice, que viveu hoje a quinta sessão consecutiva de baixa, não fechava nestes números.
Outro limiar simbólico é dado pela entrada oficial do Dow Jones no designado 'bear market' (mercado urso), que significa que perdeu mais de 20% desde o recorde que fixou no início de janeiro.
Também o índice alargado S&P500 viveu hoje o seu pior desempenho, igualmente em termos de valor de facho, ao recuar um por cento, para as 3.665,04 unidades. É mesmo preciso recuar até dezembro de 2020 para ver pior.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq desvalorizou 0,60% e acabou nos 10.802,92 pontos.
"Os investidores estão a reagir a uma mistura tóxica de mais notícias, que ficou pior com o que se passou no Reino Unido na sexta-feira", disse Andy Kapyrin, da Regent Atlantic, em referência às medidas de relançamento económico apresentadas pelo novo governo, que fizeram implodir a libra esterlina.
"Não sei se já se tocou no fundo, mas, para os investidores, faz sentido lançarem-se à água", defendeu o analista, realçando os preços baios das ações e os rendimentos muito elevados das obrigações.
Aliás, assistiu-se em Wall Street a uma caça aos bons negócios, que aproveitou a algumas sociedades, cujas cotações tiveram quedas assinaláveis nos últimos dias, como Apple (+0,23%), Amazon (+1,20%), Costco (+2,98%) ou 3M (+0,01%).
Mas, no seu conjunto, "Wall Street está a perceber que não se vai receber qualquer sinal sobre a diminuição da inflação nos próximos dois meses", disse Edward Moya, da Oanda. "Isto deve impedir o regresso rápido às compras".
Já em níveis elevados, os rendimentos das obrigações mantiveram-se altos. O oferecido pelos títulos da dívida pública dos EUA a 10 anos aproximou-se do limiar simbólico dos quatro por cento, ao atingir 3,92%, uma novidade desde há mais de 12 anos.
Para Andy Kapyrin, a "chave" pode estar na estabilização dos rendimentos da obrigações, "porque isso permite aos outros mercados financeiros recomeçar a comportarem-se normalmente".
Sinal do nervosismo ambiente, o índice VIX, que mede da volatilidade do mercado, subiu hoje para o seu nível mais alto desde junho.
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