Wall Street cede à agressividade inusitada da Reserva Federal

A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa clara, com os investidores a cederem a decisões mais agressivas do que previsto por parte da Reserva Federal (Fed) em termos de política monetária.

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© Reuters

Lusa
21/09/2022 23:28 ‧ 21/09/2022 por Lusa

Economia

Wall Street

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 1,70%, o tecnológico Nasdaq perdeu 1,79% e o alargado S&P500 baixou 1,71%.

Depois de evoluir entre ganhos e perdas, os índices afundaram no final da sessão.

O S&P500 caiu mesmo para o seu mínimo desde meados de julho.

O banco central dos EUA (Fed) subiu hoje a sua taxa de juro de referência em 0,75 pontos percentuais, para o interbalo entre 3,0% e 3,25%.

Mas, mais do que este aumento, que já era esperado pelos economistas, o que surpreendeu os investidores foram as novas projeções da Fed sobre a evolução da taxa de juro.

Dois terços dos dirigentes da Fed antecipam uma subida da taxa diretora além dos 4,50% em 2023, ao passo que a maioria dos operadores bolsistas esperava que ficasse aquém deste limiar.

Os banqueiros centrais de Washington afastaram assim a possibilidade de uma descida desta taxa antes de 2024, quando os investidores esperavam uma acalmia no segundo semestre de 2023.

"Foi claramente uma Fed mais agressiva do que alguém poderia imaginar", comentou Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.

Para Greg Bassuk, da AXS Investment, a reação de Wall Street ao anúncio da Fed "testemunha o mal-estar dos investidores, confrontados com a incerteza macroeconómica" e aos "avisos sobre os resultados das empresas".

Por seu lado, Matt Weller, da StoneX, estimou que "pode-se assistir a uma continuação das tendências recentes até ao final do ano -- subida das taxas, valorização do dólar, baixa das ações e dos ativos de risco -- à medida que os operadores digerem a reunião da Fed".

Mas, para Art Hogan, os investidores também retiveram da conferência de imprensa do presidente da Fed, Jerome Powell, que a instituição vai decidir a sua trajetória em função da informação macroeconómica.

"Eles têm uma margem de manobra e podem mostrar-se menos agressivos se os dados o justificarem", reforçou Angelo Kourkafas, da Edward Jones.

Contudo, para este analista, se a Fed esboçou uma trajetória de subidas da taxa mais agressiva do que esperado, "isso não muda o tom geral", o de uma batalha contra a inflação que vai durar longos meses.

Projeção esta que os investidores já tinham feito sua, depois de ouvirem o discurso de Powell em Jackson Hole, no Estado do Wyoming), no final de agosto, que tinha levado as ações para o fundo e propulsionado as obrigações para cima.

Leia Também: Wall Street inicia sessão em alta antes de decisões da Fed

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