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"Sempre que há crise lembramo-nos de Sines"

O bastonário da Ordem dos Economistas referiu hoje que, sempre que há crise, "lembramo-nos de Sines", porto que defendeu ser do passado, acrescentando que o Plano de Recuperação e Resiliência não tem uma estrutura capaz de mobilizar as empresas.

"Sempre que há crise lembramo-nos de Sines"

© Global Imagens

Lusa
16/09/2022 15:01 ‧ há 3 anos por Lusa

"Sempre que há alguma crise, lembramo-nos de Sines. Sines é a solução para tudo. Acho incrível. Sines é uma coisa que vem do passado. Sabem que não sou defensor do passado [...], mas as grandes bandeiras continuam a ser as do passado", afirmou o bastonário da Ordem dos Economistas, António Mendonça, que falava numa conferência organizada pelo Jornal Económico, em Lisboa.

O bastonário referiu, por outro lado, que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não tem uma estrutura "capaz de gerar processos âncora" para mobilizar as empresas.

António Mendonça garantiu ainda "estar cansado da palavra incerteza", sublinhando que os economistas têm a responsabilidade de começar a introduzir elementos de certeza.

"Acho que, muitas vezes, a incerteza é uma desculpa para não fazermos nada [...]. Se olharmos para os últimos 20 ou 30 anos, estivemos, permanentemente, em incerteza. Tivemos a crise de 2008/2009 e, quando estávamos a recuperar, tivemos a covid e, quando estávamos a recuperar, veio a guerra. Agora não sei o que nos espera", apontou.

Para o bastonário da Ordem dos Economistas, as crises vieram evidenciar que estamos a viver um período de "enormes mudanças", defendendo que é tempo de "olhar para a frente".

Adicionalmente, sublinhou que a coerência estratégica "não se tem afirmado" na Europa e, em particular, em Portugal, exemplificando que, no que diz respeito à evolução da política monetária, a União Europeia andou sempre atrás dos acontecimentos.

Por sua vez, a ex-presidente do IGCP -- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Cristina Casalinho, disse que, hoje em dia, estão todos "muito preocupados" com a inflação, contudo este fenómeno já se começava a desenhar há algum tempo.

Cristina Casalinho lembrou que a subida de preços não começou com a guerra na Ucrânia, mas já, praticamente, ao longo de todo o ano de 2021.

Durante a sua intervenção, a ex-presidente do IGCP vincou que os riscos de recessão "encurtam os tempos de reação" dos bancos centrais.

No mesmo sentido, a 'managing partner' da Vieira de Almeida & Associados, Paula Gomes Freire, alertou não ser possível saber se a subida das taxas de juro será apenas para chegar a "um valor de normalidade" ou se, depois, pode escalar.

"Passaram cerca de 30 anos desde que tivemos este tipo de inflação [...]. Estes fatores causam uma pressão enorme sobre a confiança", disse.

Já o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, relembrou que existe uma "probabilidade grande" de haver uma recessão, no entanto, considerou que, comparando com a crise financeira, Portugal tem sofrido "muito menos no custo da dívida pública do que a Grécia".

Paulo Macedo defendeu também que um dos grandes fatores que veio provocar a inflação foi a globalização.

"Não é só o facto de a China produzir mais ou menos. É o facto de os países ocidentais terem medo de ter as mesmas cadeias de abastecimento", assinalou.

Leia Também: Crise já se sente nas farmácias e estas queixam-se do aumento da despesa

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