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Medidas para empresas "no sentido certo" mas parte fiscal é "fraca"

A CIP - Confederação Empresarial de Portugal considera que as medidas hoje apresentadas pelo Governo para apoiar as empresas, devido ao aumento dos custos de energia "vão no sentido certo", mas apontou uma insuficiência na vertente fiscal.

Medidas para empresas "no sentido certo" mas parte fiscal é "fraca"
Notícias ao Minuto

19:07 - 15/09/22 por Lusa

Economia medidas empresas

Em comunicado, a entidade disse que "as medidas de apoio às empresas apresentadas hoje pelo Governo vão no sentido correto", referindo que "perante as dificuldades provocadas pelo aumento persistente e prolongado dos custos das empresas, a CIP --- Confederação Empresarial de Portugal considera que as medidas anunciadas, que terão de ser executadas imediatamente, sem perdas de tempo e sem as tradicionais burocracias que tudo dificultam, podem ajudar as empresas de diversos setores a gerir melhor as dificuldades, nalguns casos extremas, que enfrentam e ameaçam a sua sobrevivência e, por conseguinte, a manutenção do emprego".

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou hoje um pacote de medidas de mais de 1.400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia, incluindo uma linha de crédito.

Em conferência de imprensa, em Lisboa, o governante deu conta de várias medidas, desde uma linha de crédito de 600 milhões de euros, o alargamento de apoios a indústrias de consumo intensivo de gás, apoios à formação, medidas de aceleração da eficiência e transição energética, fiscais, entre outras.

A CIP reconheceu que "as políticas públicas anunciadas pelo ministro da Economia tocam em diversas preocupações assinaladas em tempo útil pela CIP, designadamente o apoio mais consistente às empresas, entre elas muitas PME [pequenas e médias empresas], cuja atividade implica o uso intensivo de energia".

De acordo com a confederação, "a definição de incentivos que favorecem os investimentos destinados à transição e eficiência energéticas, a majoração dos custos em sede de IRC e, ponto relevante, a prorrogação de uma norma de atualização extraordinária de preços --- que não pode aplicar-se apenas às empreitadas públicas, tem de ter um escopo mais alargado --- podem também ajudar a mitigar as enormes perdas que se acumulam há longos meses", destacando ainda "o alargamento dos apoios ao setor agroalimentar, área fundamental para Portugal".

Por outro lado, "relativamente à nova linha de empréstimos com garantia mútua (600 milhões de euros), compreendemos o mecanismo, ele pode ser útil, mas em regra as empresas não precisam de mais endividamento", garantiu.

A CIP lembrou que "durante a pandemia o Governo abriu linhas semelhantes, ao contrário do que aconteceu em muitos países europeus, onde os apoios diretos foram a norma", defendendo que "numa altura em que a subida de juros parece estar ainda no início, o endividamento, apesar de neste caso em condições mais favoráveis, tem de ser tratado com extrema prudência".

"Infelizmente, as medidas fiscais apresentadas pelo Governo revelam-se fracas e ficam, portanto, aquém das necessidades. O pacote de medidas não mexe no IVA da eletricidade, gás e combustíveis, como seria importante que fizesse", lamentou, acrescentando que o "apoio às empresas que fazem uso intensivo de gás aproxima-se dos programas francês e alemão, mas só é aplicável a indústrias intensivas em gás e não em eletricidade".

A CIP propôs "que esta medida seja imediatamente repensada".

Além disso, para a Confederação, "é fundamental acelerar o PT 2020, o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e também as medidas a cargo do BPF [Banco Português do Fomento], designadamente a conversão de 20% dos empréstimos em fundo perdido".

De acordo com a entidade, "os atrasos registados nestes três pilares colocam Portugal em desvantagem face aos outros países".

"Por outro lado, a CIP espera que, no âmbito de um eventual acordo médio prazo ou/e no âmbito do Orçamento do Estado de 2023, o Governo seja capaz de agir atempadamente, antevendo os difíceis trimestres que vamos certamente atravessar", garantindo que é "fundamental proteger e incentivar a produtividade e a competitividade do nosso país".

Leia Também: PAN critica "falta de arrojo" e Livre lamenta "pacote modesto" do Governo

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