Reserva Federal manteve dureza monetária apesar de ver economia arrefecer
Os dirigentes da Reserva Federal (Fed) viram sinais de que a economia dos EUA estava a arrefecer, na última reunião do comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), mas continuaram a considerar a inflação "inaceitavelmente alta".
© Reuters
Economia EUA
Na ata da reunião de 26 e 27 de julho do FOMC, divulgada esta quarta-feira, os dirigentes da Fed manifestaram-se esperançosos com o crescimento da economia no segundo semestre de 2022.
Mas muitos deles sugeriram que o crescimento iria enfraquecer à medida que as taxa de juro de referência fosse subindo.
Os participantes salientaram que o mercado da habitação, a despesa de consumo, o investimento empresarial e a produção das empresas tinham desacelerado depois de uma expansão robusta em 2021.
Um crescimento mais fraco, apontaram, pode "marcar o ritmo" para a inflação baixar de forma gradual para o objetivo do banco central, que é de 2%, se bem que esteja "bem acima" deste alvo.
Mas os dirigentes da Fed tornaram claro que, por enquanto, pretendem continuar a subir a taxa de juro de forma a arrefecer a economia.
Tanto em junho como em julho, a Fed procurou controlar a subida da inflação através do aumento da sua taxa de referência em uns inabituais três quartos de um ponto percentual (75 pontos-base) por duas vezes.
Na sua reunião no último mês, os dirigentes concluíram que se poderia considerar "apropriado, em algum momento, reduzir o ritmo da subida da taxa de juro".
Está por esclarecer se a Fed irá anunciar outra subida da taxa de juro em 75 pontos-base na reunião de 20 e 21 de setembro ou, em vez disso, impor uma subida mais moderada de 50 pontos-base.
Desde a última reunião do FOMC, a economia dos EUA enviou sinais mistos, com um inesperado forte movimento de criação de emprego, uma deterioração do mercado de habitação e uma surpreendente queda da inflação.
Antes da próxima reunião vão ser conhecidos relatórios mensais sobre o emprego e o comportamento dos preços no consumidor.
As minutas da reunião de julho "sugerem que a Fed vai permanecer num caminho apertado, mas há sinais de que alguns dirigentes estão a ficar nervosos com a possibilidade de estarem a ser demasiado duros e eu talvez se deva inverter caminho", disse James Knightley, principal economista internacional do ING.
O residente da Fed, Jerome Powell, tem dito que faria o que fosse necessário para controlar a inflação e esperam-se mais subidas da taxa de juro. Mas muitos economistas estão preocupados que a Fed acabe por levar a economia para a outra direção, a da recessão, ao apertar demasiado a concessão de crédito.
As preocupações com uma eventual recessão têm sido aliviadas com a persistente robustez do mercado de trabalho. O emprego aumentou 528 mil unidades no último mês e a taxa de desemprego ficou nos 3,5%, o que corresponde ao mínimo de 50 anos que registava mesmo antes do início da pandemia do novo coronavírus.
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