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Supermercados em Espanha já limitam a venda de gelo. E em Portugal?

Em Portugal, apesar de se verificar um aumento da procura, as medidas de racionamento associadas a este produto ainda não estão em cima da mesa. 

Supermercados em Espanha já limitam a venda de gelo. E em Portugal?
Notícias ao Minuto

07:40 - 05/08/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia Supermercados

Os supermercados em Espanha estão a limitar o número de embalagens de gelo que vendem por cliente, atendendo à escassez deste produto por causa da maior procura devido ao calor e à menor produção provocada pelos preços da eletricidade. Por cá, apesar de se verificar um aumento da procura, as medidas de racionamento ainda não estão em cima da mesa

Contactada pela Lusa sobre o tema, fonte oficial da cadeia de supermercados do grupo Jerónimo Martins disse que "o Pingo Doce não está a limitar a venda de gelo nas suas lojas, não estando prevista qualquer restrição".

Sobre o mesmo assunto, fonte oficial do Intermarché salientou que o "grupo Os Mosqueteiros, incluindo a sua insígnia de comércio alimentar Intermarché, é composto por chefes de empresa independentes que gerem as suas lojas de acordo com o contexto das regiões onde estão inseridos". Assim, "centralmente não temos conhecimento de racionamento de produtos, nos quais se incluem as embalagens de gelo", acrescentou a mesma fonte.

Já fonte oficial da Auchan Retail Portugal afirmou, também à Lusa, que "existe, efetivamente, um aumento significativo da venda de gelo" este ano. "Podemos afirmar que o nosso fornecedor já manifesta alguma dificuldade de produção/entrega, mas, para já, não sentimos necessidade de racionamento", acrescentou a mesma fonte.

Também o Lidl Portugal confirma que o calor tem "originado um aumento muito elevado no consumo de gelo" no mercado português, mas não considera necessário, "por enquanto", limitar as vendas, disse à Lusa fonte oficial da cadeia de retalho.

No Lidl "procuramos trabalhar com antecedência e em efetiva parceria com os nossos fornecedores -- e este caso não é exceção", pelo que "temos acompanhado a situação de forma constante", sobretudo nas lojas que registam maior volume de vendas, prosseguiu. "Nesse sentido, por enquanto, não consideramos que seja necessário limitar a venda de embalagens de gelo por cliente", concluiu a mesma fonte.

Por sua vez, o Continente diz que o aumento da procura de gelo em Portugal em julho foi de 93%, admitindo a possibilidade de existirem "ruturas pontuais", mas afasta cenário de racionamento ou subida do preço, disse à Lusa fonte oficial da MC.

"O Continente confirma o aumento da procura por este produto, um crescimento (em volume) de 57% no acumulado do ano, em comparação com igual período de 2021, e de 93% no mês de julho relativamente ao período homólogo", prosseguiu a mesma fonte da MC.

"Tempestade perfeita". O que se passa em Espanha?

O racionamento na venda de gelo - e o desaparecimento do produto de supermercados e gasolineiras - chegou quando se esgotaram as reservas do produto, resultado de uma "tempestade perfeita" em que se juntaram o aumento dos preços da eletricidade e as ondas de calor que afetam Espanha desde junho, segundo os empresários.

A produção de gelo, com vista a responder à habitual procura de verão, começa a fazer-se nos meses iniciais do ano, mas em 2021, o aumento do preço da eletricidade gerou custos de fabrico e armazenamento que levaram a parar as fábricas.

Não houve estabilização de custos "para poder vender o gelo a um preço de mercado habitual, as fábricas pararam a produção e é agora, no verão, que se está notar" e "a previsão é que em agosto não haja gelo", explicou o dono da empresa Tele Hielo, Sergio del Moral, ao portal de notícias "20 Minutos".

À pouca oferta uniu-se uma procura de gelo no início do verão que os supermercados espanhóis situam em mais 30% do que o habitual.

O empresário Manuel Bustos, proprietário da HICOSOL, o maior produtor de gelo de Espanha, lembrou na televisão pública espanhola (RTVE) que a procura de gelo arrancou este ano mais cedo, por causa "da onda de calor quase contínua desde maio".

O aumento da procura "é brutal" este ano e não há capacidade de produção para responder a este incremento, sobretudo, ao que tem origem no setor da hotelaria, disse ainda Manuel Bustos.

O empresário referiu um outro problema que enfrenta a indústria do gelo, e que acontece noutros setores, o da falta de mão-de-obra. Segundo o empresário, a HICOSOL poderia estar a produzir mais 33% se conseguisse contratar o número de pessoas de que precisa para o pleno funcionamento.

[Notícia atualizada às 14h14]

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