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BPI: Inflação é "claramente" o tema "mais preocupante neste momento"

O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, afirmou hoje que a inflação é "claramente" o tema "mais preocupante neste momento", no dia em que foi conhecido que esta atingiu o máximo de 30 anos em julho em Portugal.

BPI: Inflação é "claramente" o tema "mais preocupante neste momento"
Notícias ao Minuto

17:21 - 29/07/22 por Lusa

Economia BPI

"Claramente esse é o tema que eu diria mais preocupante neste momento", afirmou o gestor, quando questionado sobre a atual conjuntura, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais do banco, que registou lucros consolidados de 201 milhões de euros no primeiro semestre, mais 9% que em igual período do ano passado.

A inflação, salientou, advém "essencialmente de dois movimentos que são difíceis neste momento de contrariar", acrescentou o presidente executivo do BPI.

"Penso que inclusive não será pelo aumento de taxas de juro que eles irão ser contrariados", prosseguiu.

Um dos movimentos, disse, tem a ver com as linhas de distribuição, em que existe "claramente" um problema entre a procura e a oferta, "num cenário que também com as questões geopolíticas" deixou de ter um caminho para a globalização.

"Estamos agora um bocadinho para um caminho mais para a desglobalização", acrescentou o gestor.

Este movimento e este "estrangulamento das linhas de distribuição ainda ninguém percebeu muito bem como ele se vai desbloquear e em que tempo", referiu o presidente executivo do BPI.

"Aquilo que estamos a observar é que não é tão rápido" como se esperava, considerou.

O segundo movimento, que é a inflação originária pela energia, "e que tem sido tentado contrariar através do aumento das taxas de juro pelo lado dos bancos centrais, também se tem verificado muito difícil de contrariar", apontou.

Isto porque em alguns casos não há fontes alternativas, pelo que não se consegue melhorar esses mesmos preços, referiu, salientando que a grande "prova dos nove" vai ser o inverno.

"A subida da taxa de juro, se ela for controlada, e dentro dos valores que são as nossas previsões - temos uma previsão para as taxas de juro na Europa que se irão situar entre 1% e 2%, é essa a nossa expetativa, se calhar mais perto dos 2% -, não considero que tenha um impacto negativo significativo na maioria da economia, quer do lado das empresas, quer do lado das famílias", salientou.

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Portugal terá aumentado para 9,1% em julho, face aos 8,7% de junho, o valor mais alto desde novembro de 1992, estimou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na zona euro, a inflação voltou a subir em julho para 8,9%, face aos 8,6% de junho, devido principalmente aos preços da energia.

Questionado sobre o risco de incumprimento, João Pedro Oliveira e Costa salientou que a cobertura de carteira por imparidades e colaterais "é claramente suficiente" para responder a uma situação "mais adversa".

O presidente executivo do BPI disse ainda que dada a atual conjuntura as pessoas retraem-se e adiam decisões, quer no crédito à habitação, como no crédito pessoal ou automóvel.

"Não há carros para entrega, a mesma coisa se passa numa casa", apontou, referindo neste último caso que "não há habitação suficiente para fazer face à procura", pelo que há "um certo adiamento de decisões e de opções".

Adiantou ainda que no segundo semestre o banco vai vender "uma parte" da carteira de NPL (Non-Performing Loans ou malparado).

Já sobre o BFA, o presidente executivo do BPI disse que a instituição irá cumprir as diretivas europeias e diminuir a exposição a Angola.

"Não encontrámos um comprador (...), é uma posição financeira que não consolida, não temos nenhum plano de expansão em África" e "no dia que concretizarmos a saída de Angola, saímos", rematou.

Leia Também: "Período difícil". Marcelo pede vontade política perante a inflação

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