"Não aceitaremos soluções que comprometam direitos dos trabalhadores ou a sustentabilidade dos sistemas que garantem a sua proteção. E não aceitaremos um acordo que tente fugir à questão central por via de soluções que, sendo relevantes e necessárias não servirão nunca, por si, para garantir a dignidade e o futuro de quem trabalha e resolver o problema de fundo do nosso mercado de trabalho", lê-se numa resolução do secretariado nacional da UGT.
No documento, a central sindical registou ainda a continuidade das reuniões do grupo de trabalho tripartido, criado em concertação social com vista à eventual celebração de um acordo, que a UGT defende chamar-se acordo de médio prazo de melhoria dos salários, rendimentos e da competitividade.
Apesar de destacar como positivo que a valorização dos salários tenha estado entre os temas discutidos na primeira reunião do grupo, expressou "forte preocupação" com o facto de os empregadores e o Governo "parecerem querer contornar a questão de fundo na discussão deste acordo".
A UGT disse exigir discutir de que forma é que o rendimento disponível das famílias pode ser aumentado, dando resposta à perda do poder de compra dos trabalhadores.
Por outro lado, garantiu estar aberta a uma "discussão séria" sobre fiscalidade, sem esquecer, entre outros pontos, a necessidade de reverter o aumento de impostos do tempo da troika.
Na resolução, a central sindical exortou também o Governo a alterar os mecanismos fiscais de formação de preços dos bens alimentares e dos combustíveis domésticos, a encontrar mecanismos de resposta à reposição do poder de compra e a promover também para o interior políticas de transportes coletivos eficazes.
Aos parceiros patronais, a UGT pede "total disponibilidade negocial bilateral" no que se refere à procura de um mecanismo de negociação e contratação coletiva.
"[...] A UGT reitera o seu empenho na obtenção de um verdadeiro acordo sobre competitividade e rendimentos como instrumento fulcral para ultrapassar a difícil situação económica e social que o país atravessa, mas não haverá acordo por parte da UGT caso se pretenda ignorar a questão dos salários", concluiu.
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