"Não se está a verificar uma subida dos juros para patamares que são para fora da normalidade. Fora da normalidade é o que temos ainda hoje que é taxa zero", referiu Miguel Maya na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do banco no primeiro semestre.
Questionado sobre o impacto da subida das taxas de juro, iniciadas na semana passada pelo Banco Central Europeu (BCE), o presidente executivo (CEO) do BCP afirmou que não perspetiva "para os próximos dois anos nenhuma subida dos NPL [sigla em inglês para 'non-performing loans', créditos em incumprimento], com base naquilo que tem a ver com aumento das taxas de juro".
Miguel Maia referiu não ser bom para uma economia competitiva e saudável ter taxas negativas e salientou que a subida que se está a perspetivar, tendo em conta o que tem sido referido pela presidente do BCE, é "prudente, correta, com um 'guidance' muito claro que dá previsibilidade para o regular funcionamento da economia".
Mais preocupante para as empresas do que a subida das taxas que se perspetiva -- uma subida de 2% no espaço de dois anos - , é, disse, o impacto que o aumento dos custos (com a energia e decorrentes das perturbações das cadeias de valor) podem ter em empresas viáveis, competitivas e bem geridas mas que por estes motivos podem ficar fora do mercado.
"O juro continua a estar muito baixo. A a grande preocupação deve estar como é que, num contexto de forte subida dos custos de energia e perturbações das cadeias de valor, se pode proteger empresas bem geridas que tem problemas financeiros devido a estas duas situações", disse.
[Notícia atualizada às 21h25]
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