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"A preocupação, quando me coloco no pé de famílias endividadas, é grande"

O economista João Duque lembra que o aumento das taxas de juro terá impacto na prestação mensal das famílias que têm crédito á habitação com taxa indexada à Euribor. Contudo, nem tudo são aspetos negativos.

"A preocupação, quando me coloco no pé de famílias endividadas, é grande"
Notícias ao Minuto

08:51 - 22/07/22 por Notícias ao Minuto

Economia João Duque

O economista João Duque disse, esta sexta-feira, que a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) vai refletir-se num aumento das Euribor, o que significará que as famílias com crédito à habitação com taxa variável vão pagar uma prestação maior no final do mês. Ainda assim, considera que a decisão do BCE faz sentido e destaca um ponto positivo: poderá baixar a fatura a pagar ao abastecer o carro com combustível

"A preocupação, quando me coloco no pé das famílias que estão endividadas, é grande. Muitas delas têm dívidas indexadas à Euribor, que vão aumentar, já aumentaram, mas vão aumentar provavelmente mais. A conta ao fim do mês daquelas pessoas que têm dívidas associadas a uma dívida à habitação vai aumentar", disse João Duque, em declarações à SIC Notícias. 

O BCE anunciou, na quinta-feira, que decidiu aumentar em 50 pontos base as suas três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação. Na reunião anterior, sublinhe-se, o BCE tinha indicado que iria aumentar as taxas em 25 pontos base, mas a subida acabou por ser superior.

Na conta da bomba de gasolina podemos beneficiar com esta subida das taxas de juro, não são só aspetos negativos

"Foi um aumento um bocadinho acima das minhas expectativas, sinceramente, e acho que da generalidade do mercado, pelo que as Euribor vão provavelmente subir nos próximos dias e vamos ver quanto vão subir mais", referiu João Duque. 

Ainda assim, este aumento das taxas de juro faz sentido do ponto de vista económico, considera João Duque, acrescentando que nem tudo são aspetos negativos: 

"Do ponto de vista do equilíbrio monetário e económico acho que isto faz todo o sentido - é aliás tardio. Este aumento da taxa de juro permite até reduzir um bocadinho o custo do combustível, porque como as matérias-primas, como o petróleo, são pagas em dólares, como o dólar valorizou muito porque as taxas lá estavam altas, agora com a subida das taxas em euro, haverá uma tendência para se reequilibrar. O euro tende a valorizar-se, pelo que o petróleo sai-nos mais barato. Na conta da bomba de gasolina podemos beneficiar com esta subida das taxas de juro, não são só aspetos negativos", disse o economista. 

A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75% e a taxa de depósito que estava em terreno negativo (-0,50%) sobe para 0%. Esta subida terá efeitos a partir de 27 de julho.

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