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Banco Mundial convicto em "financiamento adicional" para Cabo Verde

O diretor de operações do Banco Mundial, Axel van Trotsenburg, disse hoje, na Praia, ter "quase certeza" de que Cabo Verde terá acesso a um "financiamento adicional" da instituição para fazer face às crises que assolam o país.

Banco Mundial convicto em "financiamento adicional" para Cabo Verde
Notícias ao Minuto

18:38 - 04/07/22 por Lusa

Economia Cabo Verde

"Estamos a ter um processo interno de avaliação e tenho quase certeza de que iremos ter acesso a isso, será um financiamento adicional ao que tem sido fornecido ao país", afirmou Trotsenburg, em conferência de imprensa conjunta, na Praia, com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, após encontro em privado.

O responsável da instituição financeira está no país para uma visita de dois dias, para encontros com as autoridades locais sobre as relações de cooperação e visitar projetos em curso no país, financiados pelo Banco Mundial (BM).

Neste momento, a instituição tem 12 projetos em curso no país, nas áreas do turismo, da educação e reforço de capacidades, dos transportes, da inclusão social, da energia, da economia digital, da saúde, do setor empresarial e acesso ao financiamento de micro e pequenas empresas, totalizando 274 milhões dólares (262 milhões de euros).

Só nos últimos dois anos, recordou que Cabo Verde beneficiou de 190 milhões de dólares (182 milhões de euros) de financiamento, valor "muito acima" do programado.

Axel van Trotsenburg disse que os apoios a Cabo Verde foram disponibilizados no âmbito da janela de resposta às crises e que o país está novamente a pedir acesso a esse mecanismo de financiamento.

"E isso será levado em consideração", prometeu o diretor de operações de um dos parceiros estratégicos de desenvolvimento de Cabo Verde.

O primeiro-ministro cabo-verdiano disse que a questão de financiamento adicional ao país foi discutida na reunião com o porta-voz do Banco Mundial, que disse ser um "parceiro de referência" de Cabo Verde, que compreende a situação atual e emergencial.

"Além daquilo que são os pacotes de investimentos em curso, iremos trabalhar no sentido de haver também respostas que possam vir ao encontro das necessidades do país", afirmou Ulisses Correia e Silva, que sublinhou o papel do BM na "resposta rápida" à crise provocada pela pandemia de covid-19.

O país continua a contar com "boa parceria" da instituição financeira mundial para fazer face aos efeitos de outras crise, nomeadamente a seca e a guerra na Ucrânia, e procura apoio e mobiliza recursos financeiros em toda a comunidade internacional.

O diretor que supervisiona os programas do BM elogiou o combate do país à pandemia de covid-19 e a "impressionante" taxa de mais de 80% de vacinação e garantiu que o banco vai continuar a trabalhar com Cabo Verde para uma agenda a longo prazo e um plano estratégico conjunto.

"Cabo Verde é parte integrante da nossa estratégia de investimento em África", sublinhou Trotsenburg, que elogiou ainda o país na transformação do turismo e a nível digital e pediu parcerias a longo prazo para ajudar o setor público, mas também incentivos ao setor privado.

Quanto aos projetos no país, notou que a taxa de execução é "muito elevada", dizendo que isso significa que o arquipélago tem feito uma boa utilização dos recursos disponíveis.

O porta-voz abordou ainda a questão da dívida pública de Cabo Verde, alertando que é "muito elevada", na ordem dos 150% do Produto Interno Bruto (PIB), mas lembrou que grande parte é concessional.

Mas disse que o mais importante é fazer uma boa gestão da dívida pública e gerar crescimento para a sua diminuição, mas também ser-se "extremamente transparente" com os cidadãos.

"De uma forma geral, o que está a prejudicar Cabo Verde, África e o mundo têm sido essas crises múltiplas", constatou o responsável, para quem a visita a Cabo Verde é um sinal de "confiança" e "alinhamento" de ideias com o executivo.

Axel van Trotsenburg, que ocupa o cargo desde 2019, é acompanhado pelo diretor do BM para Cabo Verde, Gâmbia, Mauritânia e Senegal, Nathan Belete, e pelo diretor Regional para o Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições (EFI) para a África Ocidental e Central, Abebe Adugna.

O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 20 de junho, o chefe do Governo declarou a situação de emergência social e económica no país devido aos impactos da guerra na Ucrânia, dizendo que isso vai permitir ao país mobilizar recursos junto dos parceiros internacionais.

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