No caso dos países do sul da Europa Ocidental (com exceção da Itália), a perspetiva da Fitch Ratings mantém-se, tal como no início do ano, positiva ('Improving'), considerando a agência que, em Portugal, as receitas da banca "podem beneficiar de taxas mais elevadas já no segundo semestre de 2022" e que "o bom desempenho dos empréstimos que beneficiavam de moratórias e o saneamento dos balanços devem beneficiar a qualidade dos ativos".
De acordo com o relatório 'Mid-Year Outlook: Global Banks', hoje divulgado pela Fitch, "a perspetiva 'neutra' agora traçada para os bancos em 2022 esconde uma mudança significativa no seu ambiente operacional": "As perspetivas económicas são mais incertas do que há seis meses e há riscos de deterioração, principalmente nas economias emergentes", refere.
Prevendo que "as condições de negócios para os bancos se deteriorem em relação a 2021, à medida que o crescimento global desacelera num contexto de aumento contínuo da inflação", a Fitch considera que "a qualidade dos ativos também tende a deteriorar-se moderadamente".
"No entanto, esperamos que estes fatores sejam parcialmente compensados por margens melhores, com os 'ratings' também amortecidos pelas provisões acumuladas para perdas com empréstimos e pelas reservas de capital robustas", acrescenta.
Citado no relatório, o diretor da área de bancos da Fitch Ratings, James Longsdon, afirma: "Taxas mais altas beneficiarão as margens e a rentabilidade, mas também há riscos de revisão em baixa, principalmente para as economias de mercados emergentes".
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