Meteorologia

  • 13 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 14º MÁX 22º

Empresas europeias esperam aumento significativo nos atrasos de pagamento

As empresas esperam que os pagamentos em atraso "cresçam significativamente" nos próximos meses devido ao aumento da inflação e das taxas de juro, segundo o estudo 'European Payment Report' (EPR), hoje divulgado pela Intrum.

Empresas europeias esperam aumento significativo nos atrasos de pagamento
Notícias ao Minuto

15:50 - 21/06/22 por Lusa

Economia Intrum

Realizada junto de mais de 11.000 empresas de 15 setores da indústria e 29 países europeus, entre as quais 333 companhias portuguesas, a 24.ª edição do EPR revela ainda que cerca de oito em cada 10 empresas apontam o fortalecimento da sua liquidez e fluxo de capital como uma das principais prioridades durante o ano corrente.

"A Europa talvez esteja a atravessar um dos períodos mais agitados e repleto de desafios. Hoje, as empresas enfrentam uma disrupção e incerteza sem precedentes, o que aumenta a pressão sobre as empresas que ainda estão a tentar recuperar do impacto dos anos covid", afirma o presidente e presidente executivo (CEO) da Intrum, citado num comunicado.

Segundo Anders Engdahl, "num contexto de inflação, com o incremento das taxas de juro e regulamentação, as empresas esperam um aumento nos atrasos de pagamento, bem como maiores barreiras para o crescimento durante o resto de 2022".

"Garantir um fluxo de caixa sólido é uma das prioridades máximas para a maioria das empresas inquiridas", acrescenta.

Numa altura em que, por toda a Europa, o crescimento está a abrandar e a disrupção da cadeia de fornecimento e o aumento dos custos da energia conduzem a um ritmo de inflação que não se registava há décadas, seis em cada 10 empresas estão "preocupadas que o risco nos atrasos de pagamento este ano aumente, em grande parte devido à inflação, ao aumento da regulamentação e ao aumento das taxas de juro".

A maioria das empresas europeias (58%) admite não ter experiência de como gerir a inflação e mais de metade diz que isso as impede de fazer crescer o negócio (51%), de satisfazer as exigências salariais (55%) e de pagar aos fornecedores a tempo (58%).

Como resultado, seis em cada 10 empresas estão a ser mais cautelosas nos seus planos de empréstimos e gastos, pois esperam que as taxas de juro aumentem mais de uma vez durante os próximos 12 meses.

"As preocupações aumentam em toda a Europa à medida que a inflação está a acelerar e o crescimento está a estagnar. Se esta tendência não for quebrada, poderemos estar perante um período de estagflação -- estagnação da produção económica combinada com uma inflação elevada", aponta o trabalho.

Pela positiva, verifica-se que "os mercados de trabalho em toda a Europa continuaram a fortalecer-se este ano, embora as baixas taxas de desemprego possam gerar uma maior pressão ascendente sobre os salários", nota a economista sénior da Intrum, Anna Zabrodzka-Averianov.

Face ao atual cenário, as empresas "esperam que o seu fluxo de caixa seja afetado significativamente", mas admitem não ter "a flexibilidade e os conhecimentos necessários para gerir o impacto".

Neste sentido, "a gestão da liquidez, o fluxo de caixa e o risco de crédito constituem as principais prioridades estratégicas, já que as empresas procuram assegurar uma posição financeira sólida", destaca a Intrum.

Assim, oito em cada 10 empresas europeias afirmam que "reforçar a liquidez e o fluxo de caixa é uma prioridade estratégica para este ano" e uma percentagem semelhante menciona como principais prioridades a melhoria da gestão da dívida, bem como a gestão do crédito de risco.

Paralelamente, metade das empresas inquiridas relatam que "estão mais débeis agora do que antes do início da pandemia" e seis em cada 10 dizem que a pandemia as motivou a tornarem-se melhores na gestão dos riscos relacionados com atrasos de pagamento.

Mais de metade (53%) dos inquiridos afirmam que gostariam de melhorar a sua gestão de pagamentos em atraso, mas consideram isto difícil devido à falta de qualificações e recursos internos.

De acordo com a Intrum, "ano após ano as empresas veem cada vez mais os atrasos de pagamento como um obstáculo importante para o crescimento", considerando que estes estão "a dificultar o crescimento das empresas nos países europeus, impedindo o desenvolvimento económico e social da economia em geral".

"Quatro em cada 10 empresas dizem que os pagamentos tardios estão a bloquear o crescimento da empresa", precisa o estudo, acrescentando que "duas em cada três empresas dizem que pagamentos mais rápidos por parte dos seus clientes as ajudaria a expandirem as suas operações de produtos e serviços, enquanto uma em cada duas dizem que as apoiaria a crescer através da contratação de mais empregados".

O inquérito aponta ainda que "as empresas têm, finalmente, esperança de que a pandemia esteja a chegar ao fim.": "Cerca de duas em cada três (64%) acreditam que a covid-19 deixará de ter impacto no seu país dentro de um ano, criando novas oportunidades de crescimento", refere.

Leia Também: Junho a meio. Recorde quando serão pagas as prestações sociais e pensões

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório