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Centeno: "Não podemos descansar em cima daquilo que são números passados"

O governador do Banco de Portugal destaca que as previsões económicas para este ano são "muito" positivas e sublinhou o crescimento da economia e do mercado de trabalho nos últimos meses. Ainda assim, deixa um alerta: "Não podemos descansar em cima daquilo que são números passados". 

Centeno: "Não podemos descansar em cima daquilo que são números passados"
Notícias ao Minuto

09:38 - 20/06/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia Mário Centeno

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, disse esta segunda-feira que Portugal se destaca nas previsões económicas para este ano, face aos pares europeus. Centeno sublinhou o comportamento da economia portuguesa e do mercado de trabalho, alertando, contudo, que não se pode descansar em cima de números passados. 

"O crescimento económico e o comportamento do mercado de trabalho são as duas forças que nos dão ânimo", disse o governador do BdP, na conferência CNN Portugal Summit, sublinhando, ainda assim, que "não podemos descansar em cima daquilo que são números passados"

O antigo ministro das Finanças referiu que "Portugal destaca-se muito" nas previsões económicas para este ano e sublinha que os números "são muito positivos". "Tivemos um crescimento muito forte ao longo de 2021", acrescentou.

O governador do BdP considera que a Europa está melhor preparada para lidar com uma crise económica do que em 2011, salientando que existem "condições para gerir estes riscos de uma forma melhor".

Face às previsões de uma desaceleração do crescimento económico no próximo ano, Centeno diz que os "riscos têm de ser geridos. Estamos obrigados a olhar para eles. Os maiores riscos são uma recuperação mais lenta das condições da oferta e a manutenção de um conflito no território europeu que tem efeitos negativos sobre a atividade económica e sobre os preços".

O governador do BdP disse hoje que o risco de a atual crise económica se transformar numa crise financeira não pode ser descartado e sublinhou que o papel do BCE é garantir medidas para a acautelar.

"Do ponto de vista de um banco central, temos de garantir que esta crise económica que se desenha no horizonte -- que é uma ameaça -- não se transforme numa crise financeira. [...] Esses riscos não podem ser retirados da mesa, porque nós temos sempre de ter medidas para os acautelar", afirmou Mário Centeno, que participou na conferência CNN Portugal Summit, na Culturgest, em Lisboa.

Numa conversa com o diretor executivo da CNN Portugal, Pedro Santos Guerreiro, sobre a inflação e a política monetária, o antigo ministro das Finanças vincou que, do ponto de vista da política monetária, existe a disponibilidade a nível europeu de criar novos instrumentos que introduzam disciplina no mercado, "quando os diferenciais da dívida estarão para além dos fundamentos económicos".

Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que vai criar um instrumento "anti-fragmentação" nos mercados de dívida, depois de países como Itália e Espanha verem os prémios de risco dispararem nos últimos dias, comparativamente à Alemanha.

"Se for bem desenhado, [este instrumento] nunca vai ser utilizado", apontou Mário Centeno, explicando que "só a mera existência" da ferramenta vai prevenir certos comportamentos dos investidores.

Considerando que a Europa tem atualmente melhores condições para lidar com uma crise, do que tinha em 2008 ou 2011, o governador do Banco de Portugal sublinhou, no entanto, que há erros que não podem ser repetidos, como o "velho argumento" de incluir um "caráter penalizador" nas medidas, que considerou ser "uma tentação muito grande que existe na Europa".

"Nós não podemos considerar que, na Europa, a dimensão de redução do risco e de solidariedade não vão a todo o momento de mãos dadas. Elas têm de ser coordenadas e foi exatamente isso que foi feito em 2020 [com a pandemia]", defendeu Mário Centeno.

O responsável rejeitou a ideia de que o euro possa estar em risco, bem como a entrada num estado de "semi-pânico", defendendo a necessidade de criar condições para que os salários subam e, assim, se retomar o "desejo" de levar a taxa de inflação para os 2%.

A CNN Portugal Summit debate 'O futuro da economia portuguesa num contexto de incerteza', num evento que conta também com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

[Notícia atualizada às 11h37]

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