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Gazprom entrega à italiana ENI apenas metade do gás solicitado

O gigante russo Gazprom vai entregar à italiana ENI apenas 50% das quantidades de gás pedidas para hoje, informou a empresa italiana em comunicado.

Gazprom entrega à italiana ENI apenas metade do gás solicitado
Notícias ao Minuto

11:31 - 17/06/22 por Lusa

Economia Gazprom

"Perante um pedido diário por parte da ENI de 63 milhões de metros cúbicos, a Gazprom comunicou que só fornecerá 50%, com uma quantidade efetiva entregue sem variações face a ontem", informou a empresa italiana.

Já na quinta-feira a Gazprom só havia fornecido 65% do solicitado, apesar de o pedido italiano ter sido 44% superior a quarta-feira para recuperar as quantidades não recebidas, mas a empresa russa baixou 15% do volume de gás a Itália sem explicar os motivos, disse o grupo italiano.

A Gazprom tinha anunciado que reduziria em 40% o volume de gás que fornece à Europa pelo gasoduto Nord Stream I devido à demora nas reparações por parte da Siemens. Segundo a empresa, a Siemens não fez a tempo as reparações, os prazos do serviço técnico derraparam e foram detetadas falhas nos motores do gasoduto.

Já o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse na quinta-feira desde a capital da Ucrânia, Kiev, que esta justificação é "mentira" e que a Rússia está "a fazer uso político do gás como faz do trigo".

"Estamos tranquilos a curto prazo e para o inverno, mas a estes preços o armazenamento é mais difícil. Os fornecimentos diminuíram, a Europa está em dificuldades e a Rússia colecta como antes. É uma estratégia que tem de ser combatida. Neste contexto ganha força o pedido de Itália para um teto no preço do gás", afirmou.

Já o ministro da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, disse também na quinta-feira no Senado italiano que "de momento a situação está controlada, o dano é limitado e pode-se compensar". Cingolani afirmou que "a Itália tem dois a três planos de 'backup' e os 'stocks', incluindo reservas, rondam os 54%", mas admitiu que deveriam chegar aos 90%, pelo que há operações em curso para acelerar.

"Estamos a monitorizar tudo, agora não há mais nada a fazer, precisamos ter dados estatísticos mais precisos para decidir qualquer intervenção", disse.

As exportações de gás russo em direção à Europa estão em baixa constante desde o início das sanções contra a Rússia. A Gazprom interrompeu as suas entregas de gás a diversos clientes europeus que recusaram pagar em rublos.

Cerca de metade das empresas estrangeiras que concluíram um contrato de fornecimento de gás com a Gazprom abriram uma conta em rublos junto do Gazprombank para garantir os seus pagamentos, assegurou em meados de maio o vice-primeiro-ministro russo Alexandre Novak, citado pela agência noticiosa Ria-Novosti.

O gigante energético italiano Eni, controlado em 30,3% pelo Estado, abriu uma conta em euros e uma outra em rublos no Gazprombank, com o objetivo de regularizar os seus pagamentos de fornecimento de gás russo no final do mês de maio, submetendo-se desta forma às exigências de Moscovo. Segundo o grupo, o pagamento foi feito em euros.

A Itália é muito dependente do gás russo, pelo facto de importar 95% do gás que consome, e com cerca de 40% proveniente da Rússia em 2021, pelo que procura fornecedores alternativos e assinou acordos com países como a Argélia, o seu segundo maior fornecedor, mas também com a República do Congo, Qatar e Angola.

Leia Também: Draghi acusa Gazprom de "mentiras" sobre fornecimentos de gás à Itália

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