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Sonae MC. Funcionários consideram modelo de avaliação "discriminatório"

Os trabalhadores da Sonae MC entregaram, esta quarta-feira, um abaixo-assinado exigindo a revisão do modelo de avaliação do empresa, que dizem gerar "situações de discriminação salarial", mas a Sonae garante "apresentar as melhores práticas a nível nacional".

Sonae MC. Funcionários consideram modelo de avaliação "discriminatório"
Notícias ao Minuto

16:33 - 08/06/22 por Lusa

Economia Sonae

Em declarações à agência Lusa à margem da entrega do documento com perto de 1.300 assinaturas -- que decorreu no Continente de Matosinhos e contou com a presença da secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha --, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp) Luís Figueiredo disse que "os trabalhadores exigem a revisão do modelo de avaliações, nomeadamente os critérios para os aumentos salariais".

Segundo explicou, "o modelo atual cria situações de discriminação salarial, penalizando muitos trabalhadores injustamente, por motivos não relacionados com o trabalho efetuado".

"Temos exemplos de trabalhadores que são pais e pedem o horário flexível pela parentalidade e depois, na parte [da avaliação] relativa à disponibilidade (que devia ser a disponibilidade dentro do horário de trabalho), eles aproveitam para discriminar neste ponto", disse.

"O que depois acontece -- acrescentou -- é que isso baixa a avaliação global e, se nesta avaliação o trabalhador ficar com o valor de dois ou de um [numa escala de cinco], no ano seguinte já não tem revisão salarial".

"E o que aconteceu agora em 2022, devido às avaliações de 2021, foi que um grande número de trabalhadores ficaram sem revisão salarial", garantiu.

O dirigente do CESP destaca como ainda "mais preocupante" que os avaliadores "coloquem, como forma de castigo, com um ou dois [pontos na escala de avaliação] aqueles que têm alguma reivindicação específica dentro do local de trabalho ou alguma questão familiar".

"São eles [os avaliadores da empresa] que, única e exclusivamente, decidem quem é que tem uma avaliação positiva e os critérios não batem certo com aquilo que é o desempenho do trabalhador", acusa.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Sonae MC garantiu, contudo, que a empresa "prima pelo respeito de todo os direitos legais dos seus colaboradores", tendo "em vigor uma política retributiva que não só respeita o contrato coletivo de trabalho do setor, mas que está efetivamente ajustada àquele que é o mérito, o 'know how' e as exigências das diferentes funções existentes nas suas operações".

Numa nota enviada à Lusa, a MC refere que "tem desenvolvido, ao longo dos últimos anos, uma política de recrutamento e retenção baseada em práticas salariais que são o garante do bem-estar e satisfação" dos seus trabalhadores e, no que respeita à remuneração e à saúde e segurança no trabalho, "orgulha-se de apresentar as melhores práticas a nível nacional".

O CESP contrapõe, contudo, que há "trabalhadores com 15, 20 e 30 anos de casa que ganham o salário mínimo nacional, precisamente por causa da questão das avaliações".

"Este grupo recebeu perto de meio milhão de euros de apoios do Estado por ter trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional, o que dá para ter uma pequena ideia do número de trabalhadores que é prejudicado por isto", sustenta Luís Figueiredo.

Outra "questão central" apontada pelo sindicato é o facto de a Sonae MC ser a "atual presidente da associação patronal APED [Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição], que, desde 2016, tem vindo a bloquear a negociação do contrato coletivo de trabalho".

Segundo o dirigente sindical, ao pretenderem "manter uma política de baixos salários, de desregulação dos horários e aplicar um banco de horas global a todos os trabalhadores, através da contratação coletiva, têm pressionado para que não se consiga negociar".

Para além da questão da avaliação, os trabalhadores dizem ainda opor-se "à postura do grupo Sonae", que acusam de ter "rejeitado todos os pontos dos cadernos reivindicativos apresentados pelos trabalhadores no final de 2021".

"Numa altura que se sai de um difícil momento para os trabalhadores, causado pela pandemia e aproveitada pelas empresas para aumentar a exploração, para entrarmos noutro, provocado pela inflação e o aumento do custo de vida, não podem os trabalhadores continuar a ser tratados sem respeito por parte da Sonae, apesar de serem estes os responsáveis pelos lucros de 268 milhões de euros em 2021, o valor mais alto em oito anos", argumenta o CESP.

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