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Trabalhadores do porto de São Tomé exigem demissão da direção da Enaport

Os trabalhadores da Empresa Nacional de Administração dos Portos (Enaport) de São Tomé paralisaram os serviços desde quinta-feira e exigem a demissão imediata da direção da empresa, que acusam de ilegalidades e gestão danosa.

Trabalhadores do porto de São Tomé exigem demissão da direção da Enaport
Notícias ao Minuto

16:21 - 03/06/22 por Lusa

Economia São Tomé

"Tudo isso foi devido a gestão danosa que tem criado uma falência técnica dentro da empresa e que tem colocado em causa a instituição (Enaport), os trabalhadores da Enaport e também a vida dos filhos dos trabalhadores", explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Enaport (Senaport), no final de uma reunião entre o ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu, e os trabalhadores.

Segundo Adelino Silva, "os trabalhadores não querem mais a direção atual", porque defendem que "a direção atual cometeu várias atrocidades e também pecou muito pela arrogância e 'matou' a empresa" e "já não tem pernas para andar" face "às situações da gestão danosa que criaram dentro da instituição".

"Quando essa gestão entrou, encontrou três rebocadores que embora velhos, todos funcionavam. Hoje os três rebocadores estão mortos e a direção da empresa está a praticar a ação de alugar um rebocador de um terceiro a pagar 40 mil euros mensais", disse Silva.

Outra acusação apontada pelo líder sindical é que "essa direção alugou as suas próprias viaturas à Enaport no valor de 35 dólares (32,5 euros) diários por cada viatura dos diretores".

"Não obstante, o próprio diretor-geral atual quando entrou fez uma reunião geral com os trabalhadores onde declarou que a empresa estava numa situação caótica (lastimável) e ele assim que tomou posse fez uma indemnização a si próprio e outros colaboradores que faziam parte da outra gestão passada, num valor de 1.200.000 dobras [48.862 euros], sendo 400 mil dobras (16.860 euros) para cada um dos três", afirmou.

O líder sindical precisou que não se trata de uma greve, mas sim de "uma paralisação" dos trabalhadores que só será suspensa com a demissão da direção da Enaport liderada por Manuel Diogo, presidente do partido União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD), que integra o Governo são-tomense.

"Não estamos em greve, são os trabalhadores que decidiram paralisar os trabalhos face às situações/ilegalidades que têm estado a decorrer dentro da instituição e neste sentido os trabalhadores já demonstraram claramente que nós já não queremos essa direção [...] eles têm que ir para casa hoje!", afirmou Adelino Silva.

"São falácias e entende-se que nós estamos num período eleitoral e é normal que a atitude seja essa, porque o sindicato tem outros mecanismos que deveriam ser um caderno reivindicativo e um série de coisas que deveriam fazer", respondeu o diretor da Enaport, Manuel Diogo.

O diretor da Enaport diz que quando assumiu a direção da instituição há três anos, "a Enaport estava numa situação de falência mesmo, ou seja, até os salários eram pagos com empréstimos, recorrendo ao banco, o fisco não era tido em conta, a Segurança Social era uma dívida avultada, os fornecedores não se conseguia pagar" e havia uma dívida de 28 faturas à Empresa de Água e Eletricidade (Emae).

O responsável assegura que tudo isso foi resolvido nos últimos três anos, incluindo o pagamento de mais de 1.700.00 euros à Segurança Social.

Considerou que a acusação relativa ao aluguer de rebocador por 40 mil euros mensais "é um absurdo" por parte do sindicato, e disse ter documentos que comprovam que a direção anterior alugava os rebocadores por 3.200 e 2.500 euros por dia, o que equivale a 90 mil euros em 30 dias, além de outros custos que se pagava pela deslocação do rebocador.

"Hoje nós conseguimos um aluguer a 1.400 euros por dia, quando eram 2.500", explicou.

Quanto aos rebocadores que encontrou quando assumiu a direção da Enarport, afirmou que um deles "tem cerca de 58 anos" e já não se encontram as peças, por isso as peças foram enviadas para Portugal e "estão a ser confecionadas", enquanto outro rebocador encontra-se no estaleiro em São Tomé "para efeitos de reparação".

Contudo, assegurou que apresentou três propostas ao Governo para a aquisição de rebocador novo, mas não foram concretizadas, apesar de existir um banco comercial disponível para financiar a aquisição, mas "falta a chamada carta conforto que deve ser dada pelo Governo".

Manuel Diogo afirmou também que "corresponde à verdade" que os membros da direção da Enaport alugaram as suas próprias viaturas à empresa, mas não confirmou o valor diário do aluguer.

"Conforme nós recebemos a empresa, se o salário era difícil [de pagar], era impossível nós alugarmos viaturas de fora, cujo valor qualquer pessoa sabe que custa acima do dobro", explicou.

Por fim, frisou que "cabe ao Governo decidir" sobre as consequências da paralisação, indicando que houve trabalhadores que continuaram a trabalhar na quinta-feira "apesar das ameaças".

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