STCP: Reivindicações de sindicato "ultrapassavam capacidade" da empresa
A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) disse hoje as condições reivindicadas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) "ultrapassavam em muito a capacidade" da empresa, segundo uma nota enviada à Lusa.

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"Apesar de todos os esforços encetados pela empresa, o STRUN continuou a reivindicar condições que ultrapassavam em muito a capacidade da STCP em as satisfazer", lê-se no documento.
"Independentemente de não ter sido possível chegar a acordo com o STRUN, foi aplicada, no recibo de vencimento do passado mês de maio, a todos os trabalhadores da empresa, incluindo os associados desta entidade sindical, uma atualização na tabela base de remuneração, com efeito retroativo ao passado dia 1 de abril de 2022", reforçou.
De acordo a SCTP, foram realizadas cinco reuniões na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) numa "tentativa de aproximação de posições".
A empresa que gere a rede de autocarros no concelho do Porto lembrou ainda que acedeu a aplicara aos associados do STRUN (sindicato representativo de menos de 15% dos trabalhadores da STCP) "as condições incluídas no memorando de 2021, subscritas pelos outros quatro sindicatos, para com isso conseguir a desconvocação do prolongamento de greve que estava agendado para os meses de maio, junho e julho".
Segundo a empresa, foi possível chegar a "mais um acordo com quatro sindicatos representativos de mais de 85% dos seus trabalhadores", concluindo "mais uma etapa de um caminho conjunto de entendimento, diálogo e compromisso, que tem sido alcançado e prosseguido com estes sindicatos".
"Este acordo, alcançado no passado mês de maio com estas quatro entidades sindicais, refere-se ao ano de 2022 e contempla uma atualização salarial com várias rubricas pecuniárias de 2%, para além de estabelecer um quadro de formação dos trabalhadores e do subsequente pagamento por reembolso de certificações. Inclui também o compromisso de melhoria das condições de trabalho em termos de horários de trabalho e descansos semanais", indicou.
A STCP adiantou ainda que se iniciaram quarta-feira, com os quatro sindicatos, as conversações relativas a 2023.
O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) vai retomar as greves parciais na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), segundo um comunicado a que a Lusa teve hoje acesso.
De acordo com o comunicado do STRUN, o pré-aviso de greve parcial abrange as últimas quatro horas de serviço entre os dias 20 de junho e 31 de outubro, e foi enviado na quarta-feira.
No entanto, o sindicato avisa que poderá, em breve, "intensificar a luta noutras datas e de outras formas".
"As negociações que decorreram nas últimas cinco semanas com o STRUN e nos últimos nove meses com os outros sindicatos resultaram numa proposta que os trabalhadores consideram insuficiente, insultuosa e sectária por beneficiar quem mais ganha", pode ler-se no comunicado.
Segundo o texto, os associados do STRUM são contra os aumentos de 2% no vencimento e nas diuturnidades, 0,25% de diuturnidades para quem tem 9, 10 ou 11 anos de casa, 0,75% para quem tiver 15 anos, 0,50% para quem tiver 18 ou 19 anos e 0,25% para quem tiver 21, 22 ou 23 anos, a partir de outubro.
Também é rejeitado um aumento de 0,20 euros mensais no complemento salarial, o pagamento dos custos administrativos do Certificado de Aptidão de Motorista (CAM) para quem renovar em 2022 e 2023, um subsídio de alimentação extra para quem fizer 06:45 de trabalho suplementar e ainda a anulação dos escalões D e E.
A retoma das greves entretanto anunciada contrasta com o anúncio feito no dia 21 de abril, em que o STRUN afirmou que iria desconvocar o prolongamento da greve parcial na STCP prevista até julho, disse à Lusa o coordenador José Manuel Silva.
Um dia antes, a STCP esteve reunida na DGERT -- Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho com o STRUN "numa tentativa de persuadir o referido Sindicato a retirar o pré-aviso de greve e a voltar à mesa das negociações", segundo a empresa.
Os trabalhadores reivindicavam um reforço do salário base em 30 euros, acrescentando, na prática, mais 15 euros ao valor que tinha já sido acordado entre a administração da STCP e quatro sindicatos.
O STRUN foi o único sindicato que se recusou a assinar este acordo.
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