CEO de empresas portuguesas recebem 32 vezes mais do que funcionários
A conclusão é de um estudo da DECO Proteste, divulgado esta quinta-feira, que revela a disparidade salarial entre os presidentes das principais empresas cotadas em bolsa e a dos restantes colaboradores.
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Economia Empresas
Os CEO das empresas nacionais recebem, em média, 32 vezes mais do que os seus funcionários. A conclusão é de um estudo da DECO Proteste, divulgado esta quinta-feira, que revela a disparidade salarial entre os presidentes das principais empresas cotadas em bolsa e os restantes colaboradores.
"Em 2021, a remuneração média dos presidentes das principais empresas cotadas em bolsa foi 32 vezes superior às dos restantes colaboradores", pode ler-se num comunicado sobre o estudo, ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso.
Destaca-se, "segundo os dados obtidos, o presidente da comissão executiva da Jerónimo Martins [que] auferiu, em 2021, 3.075 milhões de euros, um aumento de 19,3% face a 2020. Este valor é 262,6 vezes superior à média dos salários dos restantes trabalhadores da empresa, a qual detém a maior disparidade salarial entre as 17 organizações analisadas".
Neste ranking da disparidade, segundo a mesma nota, segue-se a Sonae, com a CEO, Cláudia Azevedo, a ganhar uma remuneração 77,4 vezes superior à dos colaboradores da empresa. Na terceira posição, está a Mota-Engil, dirigida por Gonçalo Moura Martins, cujo rendimento anual é 73,3 vezes mais elevado que a média dos salários praticados na empresa.
Na opinião de João Sousa, coordenador da Proteste Investe, estes dados "ajudam a perceber as grandes diferenças em matérias de remuneração dos CEO em Portugal".
"Em teoria, a política de remunerações necessita do voto vinculativo dos acionistas. No entanto, a declaração sobre a política de remunerações é, na prática e na maioria dos casos, muito vaga e não permite que seja votada, de forma individualizada, a remuneração dos membros do conselho de administração, ao contrário do que defendemos", acrescenta João Sousa, citado no mesmo comunicado.
A DECO acrescenta que "entre as 14 de 15 empresas no índice PSI - tendo sido excluída a GreenVolt por ser muito recente e não ter dados consistentes para a análise -, e outras três seguidas pela Proteste Investe, nomeadamente Cofina, Impresa e Novabase, as diferenças são significativas: o rácio é superior a 20 em 11 das 17 empresas analisadas".
Perante a realidade de que a "disparidade salarial tem aumentado", a DECO Proteste "reforça a necessidade de alterar a legislação".
"É desejável que a remuneração de cada administrador seja objeto de votação anual em assembleia geral de acionistas", acrescenta João Sousa.
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