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Wall Street fecha com fortes perdas numa das piores sessões desde 2020

A bolsa nova-iorquina fechou hoje com fortes perdas uma das suas piores sessões desde 2020, no seguimento de resultados dececionantes da cadeia de comércio retalhista Target, que aumentou os receios quanto aos efeitos da inflação nos resultados empresariais.

Wall Street fecha com fortes perdas numa das piores sessões desde 2020
Notícias ao Minuto

23:12 - 18/05/22 por Lusa

Economia Nova Iorque

Os resultados definitivos da sessão, em que a Target perdeu um quarto do seu valor, indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial desvalorizou 3,57%, o alargado S&P500 perdeu 4,03% e o tecnológico Nasdaq caiu 4,73%.

A queda da Target resultou da apresentação de um lucro em forte queda, o que foi atribuído ao acentuado aumento dos custos dos fretes e transportes.

"Há muitas pessoas a procurarem adivinhar quando se tocou no fundo", disse Sam Stovall, principal estratega de investimento da CFRA. "Toca-se no fundo quando não ficou mais ninguém para vender", explicou.

A queda espetacular da cadeia de supermercados Target (-24,87%) -- uma amplitude de desvalorização rara no setor da distribuição -- reteve toda a atenção dos investidores, porque este acontecimento mostrou bem como a subida dos preços começa a pesar no consumo e nos lucros das empresas.

A cadeia retalhista apresentou um lucro trimestral metade do anterior e o seu presidente, Brian Cornell, queixou-se da subida dos custos. Avisou ainda que as vendas iam baixar em 2023. Os custos em combustível e com transportes subiram mil milhões de dólares para o grupo.

"Começámos a sessão em baixa porque a Target apresentou estas perspetivas horríveis de resultados", comentou Karl Haeling, da LBBW.

"Depois, a liquidação do mercado auto-alimentou-se e quanto mais os índices baixavam, mais os investidores se preocupavam com os problemas dos resultados futuros, as margens operacionais, a recessão, ...", prosseguiu.

Os problemas da Target, uma cadeia retalhista de média gama, seguiram-se aos resultados dececionantes da Walmart, que hoje perdeu 6,84%, a n.º 1 da distribuição 'discount' mais popular entre os rendimentos mais baixos, o que ainda mais inquietou os investidores.

"As pessoas compram cada vez menos produtos caros se viram cada vez mais para os produtos de marca branca", realçou Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Servisses, citando as afirmações da direção das cadeias de armazéns.

"Os pequenos rendimentos vão para a Walmart, os rendimentos médios são os das pessoas que vão à Target, portanto, (o problema) está a subir na pirâmide", salientou Volokhine, evocando o impacto da inflação sobre as despesas dos consumidores.

"A realidade não é muito boa para o consumo. É preciso ver as coisas de frente", acrescentou.

Outras marcas também apresentaram o desgaste da conjuntura. A Costco, um distribuidor grossista, perdeu 12,45%, o especialista em eletrónica Best Buy recuou quase 11% e a cadeia de artigos a um dólar Dollar Tree desvalorizou 14,42%.

Depois de sete semanas de perda e desta nova queda brutal, o Nasdaq baixou para o seu nível de novembro de 2020. já os outros índices -- o Dow Jones e o S&P500, estão no mínimo desde março de 2021.

"A venda massiva de hoje reflete a dificuldades das empresas em repercutir os custos mais elevados. A questão estava colocada, e hoje tivemos a resposta com resultados", designadamente da Target, desenvolveu Quincy Krosby, a principal estratega de investimento da LPL Financial.

"Bem entendido, os consumidores continuam a gastar, mas muitos dos principais retalhistas não são capazes de repercutir os custos da mão-de-obra e os preços mais elevados, resultantes de uma cadeia de abastecimento ainda limitada", diagnosticou.

Na sua opinião, "o medo quanto ao crescimento (económico) paira sobre o mercado com intermitência e intensificou-se, agora que se começa a admitir um arrefecimento mais profundo".

Os rendimentos das obrigações do Tesouro a 10 anos distenderam-se, a refletir as compras destes 'papéis', valores-refúgio, para 2,87%, depois dos 2,99% de antes da abertura do mercado.

"Dir-se-ia que ainda não se tocou no fundo", considerou Karl Haeling. "É quase algo dececionante ver que o índice de volatilidade VIX não subiu mais, como se o pânico, o grande pânico, ainda não estivesse lá", realçou.

Este índice, também designado o 'índice do medo', evoluía em 30 pontos, abaixo do seu nível no início de maio.

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