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Petrobras nega que aumentos de preços tenham resultado em lucros recorde

O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, negou hoje que a maior empresa brasileira tivesse registado um lucro líquido recorde no primeiro trimestre devido ao forte reajuste dos preços dos combustíveis.

Petrobras nega que aumentos de preços  tenham resultado em lucros recorde
Notícias ao Minuto

22:29 - 06/05/22 por Lusa

Economia Petrobras

"Não existe uma relação significativa entre os resultados da Petrobras e os ajustamentos dos preços dos combustíveis", disse. "80% dos nossos lucros vieram das atividades de produção de petróleo e não da distribuição de combustível", disse Coelho numa conferência de imprensa em que comentou os resultados da empresa.

O presidente da Petrobras rebateu as fortes críticas do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que chamou aos elevados lucros da empresa estatal um "crime inadmissível" ou uma "violação", por alegadamente decorrerem das subidas consecutivas do preço dos combustíveis no país.

Coelho, que foi nomeado para o cargo poucas semanas, em resposta à insatisfação do chefe de Estado com o anterior presidente da companhia petrolífera estatal por repetidos reajustamentos de preços, defendeu a política da Petrobras de fixar os preços internos com base na paridade com o preço internacional do petróleo bruto.

Como o preço internacional do Brent atingiu uma média de 101 dólares por barril no primeiro trimestre, o seu nível mais alto para o período desde 2014 e um reflexo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a Petrobras teve de aumentar os preços dos combustíveis no Brasil este ano em percentagens que variam entre 24,9% para a gasolina e 35% para o gasóleo.

Bolsonaro, que negou a possibilidade de intervir na Petrobras, atribuiu o bom resultado a estes ajustamentos e solicitou que a empresa não continuasse a aumentar os preços, mas Coelho esclareceu que os fortes lucros do primeiro trimestre tinham outras razões de ser.

A petrolífera brasileira Petrobras obteve um lucro de 44,6 mil milhões de reais (8,4 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022, um valor 38 vezes superior ao registado em igual período de 2021 e o mais alto do período da sua história, de acordo com os dados divulgados na quinta-feira.

O lucro para os primeiros três meses de 2022 foi também o segundo maior de qualquer trimestre na história da Petrobras, ficando atrás apenas do quarto trimestre de 2020.

"Os principais motores por detrás deste resultado foram o aumento da produção de petróleo e gás (de 1,1%), o aumento das exportações, os preços elevados do petróleo, maior eficiência operacional, redução de custos, redução da dívida, concentração em ativos rentáveis, investimento responsável e ganhos cambiais gerados pela valorização do real face ao dólar", disse Coelho na conferência de imprensa.

Explicou ainda que a última vez que um barril de petróleo esteve acima dos 100 dólares num primeiro trimestre foi em 2014 e que nessa altura a Petrobras não tinha um bom desempenho.

"Porque não se trata apenas de preços, mas de uma gestão eficiente". Entre 2014 e 2022 reduzimos a dívida de 160 mil milhões de dólares para 60 mil milhões de dólares, reduzimos os pagamentos de juros em 65%, reduzimos as despesas operacionais em 60% e também reduzimos os custos de produção e de refinação", afirmou.

Disse compreender as críticas de Bolsonaro, mas argumentou que uma mudança na política de preços poderia ameaçar a saúde da empresa.

"Considero legítima a preocupação do presidente com os preços. Mas os preços subiram em todo o mundo e isso preocupa todos os governos. Mas os gestores da Petrobras e de outras empresas públicas têm de agir com as suas respetivas políticas de preços", disse.

A Petrobras está a implementar um ambicioso programa de desinvestimento, que visa reduzir a dívida, melhorar o seu perfil financeiro e concentrar as operações nos ativos mais rentáveis, principalmente a exploração de hidrocarbonetos em águas muito profundas.

A petrolífera quer obter 15 mil milhões a 25 mil milhões de dólares (14,3 mil milhões a 23,7 mil milhões de euros) em vendas entre 2022 e 2026.

O programa incluiu a venda, no final de abril, da totalidade da participação num campo de águas profundas no Oceano Atlântico, por 2,2 mil milhões de dólares (2,09 mil milhões de euros).

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