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BPI não está "preocupado", mas "muito atento" a eventual subida das taxas

O presidente executivo do BPI disse hoje não estar "preocupado", mas "muito atento", ao eventual impacto de um aumento das taxas de juro no crédito malparado do banco, prevendo que estas não registarão uma "subida muito significativa".

BPI não está "preocupado", mas "muito atento" a eventual subida das taxas
Notícias ao Minuto

14:32 - 06/05/22 por Lusa

Economia BPI

"Não acreditamos numa subida muito significativa. Acreditamos que as taxas de juro irão ficar entre 1% e 1,5%, a prazo [2023/2024], e aquilo que temos analisado na capacidade dos nossos clientes de fazer face a estes impactos é bastante confortável, muito confortável mesmo", afirmou João Pedro Oliveira e Costa na conferência de imprensa de apresentação das contas do primeiro trimestre do banco.

"Com as taxas de esforço que calculámos quando concedemos o crédito e, também, a folga que existe no valor das casas, acreditamos que não haverá daí uma situação complicada", acrescentou.

Após "muito tempo habituados a viver com taxas de juro zero", o presidente do BPI diz ser agora "um desafio" viver com taxas de juro positivas.

"Não vou esconder que a subida das taxas de juro torna o negócio da banca mais racional, não faz muito sentido vivermos com taxas de juro negativas, mas claramente entendemos que uma subida das taxas de juro, a acontecer, também não deverá ser demasiado, por ter impacto nos consumidores e empresas, apesar de os custos de financiamento, mesmo assim, continuarem bastante baixos", afirmou.

Relativamente ao crédito à habitação, o presidente executivo do BPI recordou que, em 2008, se atingiram "taxas de juro de 5,5% e o custo do crédito à habitação andava por essa ordem, quando agora anda a 0,83%", sendo que, "naquela altura, aumentou um pouco o malparado, mas não de forma significativa".

"Tem a ver com qual é a dimensão da subida das taxas de juro e qual é que é a permanência dessa mesma subida. De qualquer foram, cá estaremos para encontrar soluções para todas as situações mais difíceis", sustentou.

Embora admitindo que "a gestão do orçamento familiar será mais exigente, nomeadamente para as pessoas que têm rendimentos mais baixos", João Pedro Oliveira e Costa entende que "haverá alguns amortecedores que convém pôr em equação", como é o caso dos menores custos de deslocação resultantes do aumento das situações em que o teletrabalho persiste.

"Não estamos preocupados, mas estamos muito atentos, e é fundamental acompanhar muito de perto a situação e, se houver necessidade de acompanhar as empresas e os clientes particulares, o BPI estará cá para o fazer", reiterou, rematando: "Penso que é uma situação que nós geriremos bem".

Questionado pelos jornalistas sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o presidente executivo do BPI considerou tratar-se de "um orçamento de transição", onde a "consolidação orçamental" se destaca como "aspeto muito positivo", e afirmou ter bastante mais expectativas quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e ao OE para 2023.

"Não temos muito tempo até à discussão do próximo orçamento e, por isso, entendo muto bem que o executivo tenha feito um orçamento de seguimento daquilo que vinha, principalmente pela grande incerteza. Claramente não é um orçamento disruptivo, mas nesta fase seria difícil sê-lo, porque não estamos ainda numa situação normal", disse, salientando que "a prudência nesta altura é fundamental".

"Muito expectante" João Pedro Oliveira e Costa diz estar relativamente ao PRR e ao OE2023, onde espera ver "um salto" ao nível dos "investimentos em tecnologia, educação e inovação", assim como respostas ao "tema do salário mínimo e do salário médio, que são muito baixos", e do necessário aumento da produtividade.

Relativamente ao adicional de solidariedade sobre o setor bancário, um imposto introduzido em 2020 para reforçar a resposta do Estado à crise da pandemia e que se mantém em 2022, o CEO do BPI sugere que, já que não foi eliminado, seja canalizado para "objetivos concretos".

"Se se entender que, realmente, devemos continuar a pagar esse valor -- que, na altura, foi criado com um determinado objetivo, que terminou, mas o imposto não descolou -- eu sugeria que se fizesse com objetivos concretos. Por que não atribuir esse valor para requalificação das pessoas da banca, investimento em tecnologia, educação, ciência?" questionou.

Leia Também: Siga em direto a conferência de imprensa de Nélson Veríssimo

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