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CEO da Galp: "Não estamos a receber a totalidade do gás contratado"

O presidente executivo (CEO) da Galp afirmou hoje que a empresa não está a receber dos fornecedores "a totalidade do gás natural contratado" e antecipou que estas limitações se irão manter nos próximos trimestres.

CEO da Galp: "Não estamos a receber a totalidade do gás contratado"
Notícias ao Minuto

13:25 - 03/05/22 por Lusa

Economia Galp

"Não estamos a receber na totalidade os volumes contratados por parte dos nossos fornecedores de gás, mas temos bastantes entregas contratadas ao longo do ano", afirmou Andy Brown durante uma conferência telefónica com analistas para apresentação dos resultados do primeiro trimestre da petrolífera, divulgados hoje antes da abertura do mercado.

Segundo explicou, a Galp está "a tomar medidas" para gerir estes constrangimentos, "como não usar esse gás, que está a preços mais altos, nas refinarias" e a "procurar ativamente alternativas" de fornecimento.

"Fizemos algumas provisões e, no primeiro trimestre, fomos capazes de gerir o equilíbrio entre os abastecimentos de gás e os compromissos com os nossos clientes. Nos próximos trimestres teremos de continuar a trabalhar arduamente para conseguir manter este equilíbrio", disse.

De acordo com Andy Brown, no quarto trimestre do ano passado a Galp comprou "volumes adicionais [de gás natural] a preços mais altos, o que levou a perdas" para a empresa.

"Conseguimos evitar isso no primeiro trimestre e vamos continuar a tentar evitá-lo nos próximos trimestres, mas não será fácil", reconheceu.

Na mesma linha, o administrador executivo responsável pela Produção e Operações, Thore Kristiansen, afirmou que a Galp "tem até agora conseguido, com muito sucesso, encontrar alternativas no VGO [gás de vácuo, do inglês 'vacuum gas oil']".

"Temos conseguido abastecer-nos nos mercados europeu e do Médio Oriente. Durante o mês de abril estivemos a laborar em pleno, começámos agora a aprovisionar bastante VGO para o mês de maio e já estamos a olhar para as oportunidades em junho", disse.

"Por isso, estamos muito confiantes que vamos continuar a satisfazer todas as necessidades em Portugal", acrescentou.

Manifestando a sua solidariedade para com o povo da Ucrânia, o CEO da Galp lembrou que a petrolífera foi "a primeira empresa integrada da energia a anunciar a eliminação da exposição direta e indireta ao petróleo e derivados do petróleo russos", não tendo quaisquer 'joint ventures' com entidades russas.

Relativamente às margens de comercialização de combustíveis, nas quais reconhece haver "atualmente muita pressão" por parte da regulação, Andy Brown abordou as "suspeitas" de que os operadores não estariam a repercutir na totalidade a descida no Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) sobre o gasóleo e gasolina.

"Acho que há algumas suspeitas de que, de alguma forma, não estamos a passar todos os descontos aos clientes, mas é preciso entender que não é só uma questão do preço do petróleo, há também a cotação do dólar face ao euro e as margens de refinação, que estão a afetar os custos da nossa operação comercial", disse.

"Se olharmos para o segmento industrial e de gestão energética no negócio comercial, que é essencialmente o nosso negócio na Península Ibérica -- acrescentou -, não ganhámos muito dinheiro em termos da nossa posição na ibéria neste trimestre. Não estamos a lucrar com a atual situação, como alguns gostariam de acreditar".

No que respeita ao acordo alcançado entre os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia para limitar a cerca de 50 euros/MWh (Megawatt/hora) o preço do gás natural usado na produção de energia elétrica, o CEO da Galp estimou que limitará o preço da eletricidade a entre 110 a 130 MWh.

"Se se confirmar, para nós significa que teremos resultados ligeiramente mais baixos nas renováveis, mas, mesmo assim, é [um valor] ainda duas a três mais alto do que assumimos quando investimos nestes projetos. É uma deceção, mas ainda é um preço da eletricidade muito atrativo, que vai suportar os nossos investimentos em curso nos projetos de renováveis na Península Ibérica", sustentou.

Por outro lado, Andy Brown notou que um preço da eletricidade mais baixo "também ajuda o negócio comercial" da Galp, que "também vende [energia elétrica] aos clientes".

"Ter um preço da eletricidade mais baixo no mercado grossista para oferecer aos nossos clientes também nos beneficia. Estamos nos dois lados desta equação neste momento", disse.

[Notícia atualizada às 15h15]

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