Fitch: Fundos da UE apoiam crescimento, mas reformas são necessárias
Os fundos da Próxima Geração da UE (NGEU) vão apoiar a recuperação do crescimento pós-pandemia de Portugal no curto prazo, apesar do conflito na Ucrânia e de uma inflação mais elevada, defende a Fitch Ratings num relatório hoje divulgado.
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Economia Portugal
Contudo, no relatório hoje divulgado, a empresa de 'rating' alerta que "a médio prazo, uma melhoria mais sustentada do potencial de crescimento é limitada pelas fraquezas estruturais pré-existentes", precisando que estas "incluem a baixa produtividade laboral, uma população em idade ativa em declínio, e elevados níveis de endividamento dos setores público e privado".
"Sem uma reforma estrutural para resolver estas debilidades, existe o risco de a produção permanecer abaixo da tendência pré-pandemia até 2026, quando as despesas do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (Recovery and Resilience Facility, RRF) descerem", afirma.
No relatório, a empresa de 'rating' refere que espera que "o RRF ajude a orientar os investimentos para projetos que promovam o crescimento efetivo".
O impacto das despesas do RRF no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será mais acentuado nos primeiros anos de recuperação pós-pandemia, precisa a Fitch, que estima um efeito multiplicador orçamental de até 1,5 pontos percentuais em 2022-2023, que decrescerá gradualmente em 2024-2026.
"O impacto elevará os níveis de produção portuguesa em 3,0%-3,5% até 2026, em comparação com um cenário sem o RRF", estima a Fitch.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRRF) concentrado no aumento do investimento público e no encorajamento de reformas do lado da oferta faz com que também esperemos que a produção potencial aumente para 1,8% a curto prazo, acima dos 1,5% pré-pandemia (2019), adianta o relatório.
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