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Banco Mundial diz que insegurança alimentar vai durar até ao próximo ano

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse hoje que a crise de abastecimento de fertilizantes e energia, originada pela guerra na Ucrânia, criou uma insegurança alimentar que deverá durar até ao próximo ano.

Banco Mundial diz que insegurança alimentar vai durar até ao próximo ano
Notícias ao Minuto

16:49 - 20/04/22 por Lusa

Economia Ucrânia

"A guerra na Ucrânia causou uma crise no fluxo de fornecimento de fertilizantes e de energia, o que cria uma situação de insegurança alimentar que durará, pelo menos, durante meses, e provavelmente até ao próximo ano", disse David Malpass na conferência de imprensa de abertura oficial dos Encontros da Primavera, que decorrem esta semana em Washington, em conjunto com o Fundo Monetário Internacional.

O impacto da guerra na Ucrânia, nomeadamente nos países mais pobres, e a questão da dívida pública, ocuparam boa parte da intervenção do banqueiro e das perguntas da conferência de imprensa, na qual Malpass sublinhou que os preços dos alimentos estão 37% mais caros que no ano passado.

"Houve um aumento de 37% no preço dos alimentos face aos últimos 12 meses, mas a situação é pior do que isso, porque o aumento dos preços prejudica principalmente os mais pobres, que moram nas áreas rurais, e que acabam por substituir os alimentos mais caros por comida menos nutritiva", o que agrava a insegurança alimentar e a má nutrição, afirmou.

A crise, enfatizou, "é severa", mas tem um lado positivo na rapidez com que os mercados reagiram à possibilidade de a Rússia e a Ucrânia terem dificuldades em escoar a sua produção de cereais e fertilizantes, matérias-primas das quais são alguns dos principais produtores a nível mundial.

"Os mercados reagem depressa e entrámos no ciclo da insegurança alimentar com grandes 'stocks', que quando forem libertados podem originar um progresso na oferta de comida e de fertilizantes, essenciais para potenciar as colheitas", salientou o presidente do Banco Mundial.

Questionado sobre se os países devem potenciar a receita fiscal para fazer face à crise, ou seja, aumentar impostos, Malpass respondeu: "Os países devem implementar políticas fortes e que atraiam investimento dos seus próprios cidadãos e dos estrangeiros; algumas dessas políticas podem ser políticas de mobilização de receitas, mas devem ser, principalmente, políticas que levem ao crescimento e à atração de investimento do setor privado".

Sobre a emissão de dívida pública em moeda estrangeira ('Eurobonds') por parte dos países, como foi o caso da Nigéria e, mais recentemente, de Angola, David Malpass disse que "o grande desafio é os governos usarem eficazmente o dinheiro que recebem agora" e apontou que o endividamento, em si próprio, implica um conflito de interesses.

"Há um grande conflito de interesses, que é os atuais governos endividam-se, mas os futuros governos, e os cidadãos, é que têm de pagar, e a minha preocupação é que isso não tem sido o caso em vários países, e ficam com uma dívida insustentável, e é por isso que temos de ter processos de resolução da dívida rápidos, estamos a trabalhar nisso com o FMI e a encorajar o G20 a acelerar o processo", disse o banqueiro.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: FMI e Banco Mundial pedem ação urgente para travar crise alimentar

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