A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Nazaré Costa Cabral, alertou, na terça-feira, que a subida da taxa da inflação deverá continuar nos próximos tempos, pelo que os preços deverão manter a tendência de subida. As consequências, por isso, podem ser duradouras.
"A inflação veio para ficar. Este processo inflacionista que estamos naturalmente a viver pode ser duradouro com consequências duradouras", disse a presidente do CFP, no programa 'Tudo é Economia', na RTP3.
Por isso, Nazaré Costa Cabral considera que "há consequências que temos que antecipar e ver o que é possível fazer".
"A partir do momento em que temos níveis de inflação significativos e duradouros, estamos de certa forma a desligar o aumento dos salários, a evolução dos salários, daquilo que é a produtividade do trabalho e isso não é desejável", disse a presidente do CFP.
No final do mês passado, recorde-se, o CFP disse não ter "condições" para apreciar o cenário macroeconómico subjacente ao Programa de Estabilidade (PE) 2022-2026, considerando que não é "uma previsão por não incorporar as medidas de política a adotar".
No documento, o Executivo de António Costa estima uma aceleração da taxa de inflação de 1,3% em 2021 para 2,9% em 2022, o que compara com os 0,9% previstos na proposta do Orçamento do Estado para 2022, chumbada em outubro.
Leia Também: Dúvidas sobre o IRS (e não só)? Como marcar uma 'visita' às Finanças