Diretores de Hotéis pedem programa de apoio estatal à retoma do setor
A Associação dos Diretores De Hotéis de Portugal (ADHP) considerou, hoje, que o Governo deve preparar um programa de apoio à retoma do setor turístico em Portugal, apoiando a tesouraria das empresas debilitadas pela crise da pandemia de covid-19.
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Economia Hotelaria
Esta foi uma das conclusões do XVIII congresso nacional da associação, realizada, durante dois dias, em Vila do Conde, no distrito do Porto, com o tema "Atrair talento, recuperar o setor e planear o futuro", que teve participação de mais de 400 pessoas.
"Seria importante um programa estatal de apoio à retoma, para resolver problemas de tesouraria das empresas do setor. Muitas estão debilitadas na sua capitalização e com dificuldades para aceder ao crédito bancário", alertou Raúl Ribeiro Ferreira, presidente da ADHP.
Apesar de estar otimista que "dias melhores virão para o turismo nacional", o dirigente lembrou que ainda "há obstáculos para a retoma desejada", apontando as consequências do conflito no leste da Europa "como fator de incerteza e de dificuldade".
"Há uma preocupação com o aumento dos custos de produção, que, segundo o que foi debatido, pode impactar 10 % na receita final das empresas. Num setor que liberta pouca margem, esse acréscimo de custos pode fazer diferença na recuperação", acrescentou Raúl Ribeiro Ferreira.
Outro dos temas debatidos durante os dois dias do congresso da ADHP, que juntou profissionais do setor, empresas, docentes e alunos, foi o problema dos recursos humanos, que segundo o presidente da associação "são escassos e nem sempre com a melhor qualificação".
"A falta de mão-de-obra no setor continua a ser evidente. Temos dificuldades na contratação e na estabilização dos trabalhadores. Podemos ser uma porta de entrada de trabalhadores estrangeiros, mas é preciso que não sejamos apenas um ponto de passagem para outros países da Europa", apontou
O dirigente lembrou, ainda, que o governo pretende incentivar a contratação coletiva, mas alertou para a "necessidade flexibilidade tendo com conta as especificidades do setor, nomeadamente a sazonalidade".
Ainda numa mensagem ao governo, o presidente da ADHP não escondeu as "preocupações" com o facto da secretária de Estado, Rita Marques, acumular nesta nova legislatura a pasta do Turismo com as do Comércios e Serviços.
"Ficamos satisfeitos que continue no cargo, e já revelou que está preparada para o esforço de ter três pastas, dizendo que vai trabalhar a triplicar, mas tememos que perca a dedicação total que o setor do Turismo merece", disse Raúl Ribeiro Ferreira.
Depois de ter completado três mandatos, durante nove anos, à frente da ADHP, o dirigente está de saída do cargo, por imposição dos estatutos, dando o lugar a Fernando Garrido, atual vice-presidente, mas garante que haverá continuidade no trabalho desenvolvido.
"Saio por limitação de mandatos, que é um ponto de honra na associação, mas continuarei a ajudar a Direção. Acreditamos no projeto de criação de uma Ordem profissional, e continuaremos a trabalhar nesse sentido, tentando convencer o governo que é uma mais-valia para o setor", concluiu.
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