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Dois anos de liderança de Camarinha marcados por dois anos de pandemia

Isabel Camarinha completou este mês dois anos de liderança da CGTP, que coincidiram com dois anos de pandemia, em que a central foi chamada a intervir quotidianamente nos locais de trabalho para evitar a violação de direitos laborais.

Dois anos de liderança de Camarinha marcados por dois anos de pandemia
Notícias ao Minuto

08:47 - 27/02/22 por Lusa

Economia CGTP

"A CGTP nunca se confinou, sempre esteve onde tinha que estar, junto dos trabalhadores, nos locais de trabalho", disse a sindicalista em entrevista à agência Lusa.

Isabel Camarinha lembrou que a ligação aos trabalhadores, nos locais de trabalho, é a principal característica da CGTP e que esta se manteve ao longo dos últimos dois anos, até porque recebiam todos os dias pedidos de ajuda, de intervenção ou de informação para travar tentativas de retirada de direitos por estarem em teletrabalho, como o subsídio de refeição, ou despedimentos ilegítimos.

"Os nossos sindicatos continuaram a ir aos locais de trabalho, sempre preservando as condições de saúde e segurança por cauda da pandemia, mas mantiveram uma ação constante", assegurou.

Para a secretária-geral da CGTP, eleita em meados de fevereiro de 2020, os primeiros dois anos de mandato "confundiram-se com a pandemia" da covid-19, pois a partir de março de 2020 sucederam-se os períodos de confinamento e de restrições sanitárias que alteraram a vida dos trabalhadores e consequentemente dos sindicatos.

"O que mais nos afetou foi o acentuar dos problemas que já existiam, a degradação das condições de vida e de trabalho", disse, lembrando que muitas empresas se aproveitaram da situação resultante da pandemia da covid-19 para retirar direitos aos trabalhadores ou até despedi-los.

Mas, para a sindicalista, esta não foi a única grande marca deste dois anos e Isabel Camarinha salientou também a disponibilidade e mobilização dos trabalhadores para exigirem resposta aos seus anseios e necessidades, apesar das restrições decorrentes da situação pandémica.

A secretária-geral da Intersindical reconheceu que o teletrabalho foi uma das grandes mudanças no meio laboral nos últimos dois anos e alertou para as eventuais consequências deste novo regime de trabalho.

"O teletrabalho ganhou uma dimensão enorme com a necessidade de confinamento devido à pandemia, mas é muito cedo para nós pudermos ter uma avaliação dos seus efeitos e os próprios trabalhadores não têm noção das consequências que o teletrabalho pode vir a ter nas suas vidas, seja numa perspetiva de individualização das relações de trabalho, nas condições de trabalho propriamente ditas e até numa certa promiscuidade entre a vida pessoal e a atividade profissional, quer para a sua saúde a vários níveis e até financeiramente", afirmou.

Isabel Camarinha lembrou que a Inter e os seus sindicatos têm vindo a exigir desde o início que sejam garantidos todos os direitos aos trabalhadores em teletrabalho, assim como aos que tiveram de permanecer nos locais de trabalho devido às funções que desempenham.

"As empresas não podem lucrar à custa dos trabalhadores em teletrabalho", defendeu.

A sindicalista salientou ainda a necessidade de se garantir que os trabalhadores em teletrabalho não fiquem sozinhos nas suas residências, ou seja que mantenham uma ligação à sua empresa e local de trabalho e aos outros trabalhadores.

"O trabalhador em teletrabalho deve obrigatoriamente de ter de estar na empresa frequentemente, para manter o seu local de trabalho", defendeu.

Para a líder da CGTP, é também importante que os trabalhadores em teletrabalho "possam unir-se para reivindicar os seus direitos", nomeadamente o respeito pelo horário de trabalho e o pagamento das despesas inerentes ao trabalho no domicílio.

"O que vai acontecer no futuro, vamos ver. É natural que aumente o teletrabalho, mas não como agora. Os trabalhadores vão constatar as consequências do teletrabalho e depois exigirão regressar às empresas (...), por isso temos que garantir que têm a liberdade para o fazer", afirmou Isabel Camarinha.

Leia Também: Camarinha diz que eleições não resolveram problemas dos trabalhadores

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