Numa nota enviada à agência Lusa, a ALA critica a "total ausência de coordenação na rede de transportes" e alerta que o alojamento local está com "dificuldades na programação e promoção" da oferta turística "devido à falta de estratégia" nos transportes.

"É inadmissível a falta de estratégia e de visão que estamos a presenciar, tanto no turismo como nos transportes. Assim nunca alcançaremos o desenvolvimento equitativo das ilhas dos Açores", lê-se no documento.

Segundo a Associação, a "ausência de coordenação" nos transportes está "marcada pelas desconexões entre os diferentes meios", existindo "situações de congestão em determinados pontos" turísticos e "rotura de oferta noutros" locais do arquipélago.

"Como explicamos que somos uma região que quer apostar forte no turismo, mas, por outro lado, não se consegue organizar para criar uma oferta de transportes estruturada atempadamente permitindo aos proprietários e gestores do Alojamento Local trabalharem, como é seu hábito, com um ano de antecedência?", questiona a ALA.

Os empresários daquele tipo de alojamento consideram que as obrigações de serviço público -- que ao nível do transporte aéreo estão a ser negociadas entre o Governo Regional e o da República -- "não são suficientes nem podem ser justificação para tudo".

A ALA alerta para a situação das ligações marítimas nas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde a greve dos trabalhadores da empresa pública Atlânticoline está a provocar constrangimentos nas viagens desde dezembro de 2020.

Para a Associação, aquela situação, "que teima em não ser resolvida", está a ficar "insuportável".

"Estas ligações estavam consolidadas e organizadas, daí que seria de esperar que, com o passar dos anos, tudo estivesse melhor e mais previsível. Mas não, vivemos como se apenas agora se iniciassem as ligações marítimas, onde é impossível programar seja o que for", visa ainda a ALA, referindo-se às ligações entre as ilhas do Triângulo.

Na quarta-feira, a Atlânticoline, empresa responsável pelo transporte marítimo entre ilhas açorianas, divulgou hoje os serviços mínimos fixados tendo em conta o novo pré-aviso de greve dos trabalhadores em março, a quarta paralisação desde dezembro de 2021.

Num comunicado enviado às redações, a empresa pública adianta que o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP), apresentou um novo aviso prévio de greve na Atlânticoline, de 01 a 31 de março.

De acordo com a empresa, o Tribunal Arbitral definiu como "serviços mínimos diários" as viagens da Linha Azul Horta/Madalena, das 07:30/17:15, e Madalena/Horta, das 08:15/ 18:00 e, na Linha Verde, as das 09:00, 09:40, 11:15 e 12:50 entre Horta/Madalena, Madalena/Velas, Velas/Madalena, Madalena/Horta, respetivamente.

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