"Portugal para nós tem uma importância relevante. É um mercado que tem vindo a crescer bem, tem um sistema bancário muito saneado e com taxas de crescimento interessantes, muito em sintonia com o que aconteceu a nível macroeconómico", afirmou Escotet durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2021 do Abanca.
Notando que "os indicadores de crescimento de Portugal são bastante parecidos com os de Espanha e, em 2022, muito provavelmente as taxas de crescimento deverão ser quase idênticas, num intervalo entre 5,5% a 5,7%", o presidente do banco galego disse ser, por isso, "necessário continuar a analisar todas as oportunidades que surjam no mercado" português: "Não deixaremos de ver absolutamente nada", garantiu.
Juan Carlos Escotet explicou que a estratégia de crescimento do Abanca "é uma combinação de crescimento orgânico e crescimento inorgânico", tendo o banco já feito seis integrações ao longo dos últimos anos e continuando "aberto e muito atento ao que está a acontecer no mercado".
"Continuamos a apostar na estratégia de crescimento inorgânico, sempre que seja complementar à estratégia e na zona onde queremos crescer, que é, basicamente, a Península Ibérica", reiterou.
E, sustentou, "se as taxas de crescimento do Abanca foram boas em 2021, as de Portugal foram melhores e consideravelmente superiores", cerca de "40% acima" da taxa de crescimento do grupo, o que "ratifica, obviamente, o interesse em Portugal".
Segundo adiantou à agência Lusa fonte oficial do banco galego, o Abanca conta atualmente com 35 agências em Portugal, seis Centros de Investimento (em Lisboa - Castilho e Amoreiras, Porto, Braga, Funchal e Ponta Delgada), 24 Agências de Promotores, dois Centros de 'Private Banking' (em Lisboa e no Porto) e três Centros de Empresa (em Lisboa, Porto e Braga).
Em 2021, o número de trabalhadores no país (que não especificou) "manteve-se inalterado" em relação a 2020, tendo sido inaugurado um Centro de Investimento de Ponta Delgada e uma Agência de Promotor na Póvoa do Varzim.
O lucro do Abanca mais do que duplicou em 2021, para 323,3 milhões de euros, face aos 160 milhões de 2020, num exercício "marcado pela melhoria da rentabilidade", que foi de 7,8%, anunciou hoje o banco galego.
"O banco sustentou o seu resultado no aumento das receitas recorrentes, com um crescimento de 6,2% da margem base", refere o Abanca em comunicado, salientando que, paralelamente, "continuou a desenvolver medidas de controlo de custos e implementação de sinergias, o que permitiu melhorar a margem recorrente em 33,1% para 241 milhões de euros".
Portugal é destacado como "uma peça-chave para o Abanca", que se assume como uma "instituição de vocação ibérica", e registou também "uma evolução positiva" em 2021, ultrapassando mesmo "as previsões estabelecidas para o ano": As formalizações de crédito à habitação foram 58% superiores ao objetivo e as captações de recursos fora do balanço ficaram 26% acima do esperado.
A incorporação do Bankoa e do negócio do Novo Banco em Espanha foi também apontada como tendo contribuído "para melhorar a rentabilidade estrutural do banco".
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