Retoma da companhia aérea cabo-verdiana TACV com taxa de ocupação de 45%
A taxa de ocupação nos voos da companhia aérea cabo-verdiana TACV, que retomou as operações em dezembro passado ao fim de 21 meses, ronda atualmente os 45%, revelou hoje no parlamento o primeiro-ministro de Cabo Verde.
© Lusa
Economia Cabo Verde
A informação foi prestada por Ulisses Correia e Silva durante o debate mensal no parlamento, subordinado ao tema "O papel dos transportes na economia e na integração regional", depois das críticas dos deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) às opções do Governo sobre a TACV.
"A taxa de ocupação da TACV, agora com a retoma, em dezembro foi de 39% e em janeiro de 45%. E estamos a falar do início das operações, não tem taxa de 20%, como disse [deputado do PAICV]. Estes são dados da companhia, não são dados políticos", afirmou.
A Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) foi privatizada pelo Governo em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, e renacionalizada em 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.
Durante o debate, os deputados do PAICV desafiaram o Governo a fazer a companhia, que desde 2019 apenas se dedica aos voos internacionais, voltar aos voos domésticos, entre ilhas, que deixou de realizar em 2017, transporte garantido desde então por uma única companhia.
A Cabo Verde Airlines (CVA), nome comercial da TACV, anunciou em 17 de janeiro que vai reiniciar as ligações internacionais da ilha do Sal a partir de 11 de fevereiro, com voos para Lisboa, a terceira ilha cabo-verdiana a retomar a ligação aérea a Portugal.
Em comunicado, a TACV -- CVA refere que a ligação Sal -- Lisboa -- Sal será a próxima rota a ser operada pela companhia, que voltou a voar no final de dezembro, após 21 meses sem atividade comercial devido à pandemia de covid-19.
Os voos semanais envolvendo o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, naquela ilha cabo-verdiana, arrancam em 11 de fevereiro, com a ligação entre Lisboa e o Sal, às sextas-feiras, e do Sal para Lisboa, aos sábados.
"Conforme plano de retoma, a companhia está a introduzir, de forma gradual, mais voos com base na evolução da pandemia da covid-19 e a recuperação dos mercados emissores", recorda o comunicado.
A TACV retomou as operações na rota Lisboa - Praia em 27 de dezembro, coincidindo com o 63.º aniversário da companhia aérea cabo-verdiana, depois de um interregno iniciado em março de 2020, na sequência das limitações internacionais impostas para conter a pandemia.
Entretanto, a companhia anunciou que vai reiniciar as operações semanais na rota Lisboa -- Mindelo, ilha de São Vicente, em 03 de fevereiro.
No final de dezembro, após assembleia-geral extraordinária, a presidente da companhia, Sara Pires, previu também o regresso dos voos entre Praia e Boston (Estados Unidos da América), no segundo trimestre.
Ainda durante este ano, Sara Pires avançou que a transportadora de bandeira cabo-verdiana pretende retomar ligações a Paris e ao marcado brasileiro.
A companhia retomou as operações com um avião, com duas ligações semanais Praia--Lisboa, mas segundo a presidente deverá introduzir um novo aparelho no segundo trimestre deste ano e até final de 2023 ter três aviões a voar com as suas cores.
Todo este plano de retoma, alertou, está condicionado pela situação da pandemia de covid-19 neste momento, com o recrudescer de casos novos não só em Cabo Verde, com a circulação da variante Ómicron.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhão de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines -- nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
O Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho de 2021 a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.
Em 26 de novembro, a Loftleidir Cabo Verde anunciou que deu início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano alegando "violação dos acordos celebrados entre as partes", face à renacionalização da companhia aérea de bandeira TACV.
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