Fitch melhora rating de Angola para B-
A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou hoje o 'rating' de Angola para B-, com uma perspetiva de evolução estável, antevendo um expansão económica de 2,1% para este ano, depois de crescer 0,1% em 2021.
© Lusa
Economia Angola
"Houve uma melhoria substancial nas métricas externa e orçamental, sustentadas por um regresso ao crescimento económico positivo, boa gestão fiscal e preços do petróleo mais elevado", escrevem os analistas desta agência de notação financeira detida pelos mesmos donos da consultora Fitch Solutions.
"Os preços do petróleo recuperaram significativamente desde o início da pandemia de covid-19 e a probabilidade de cenários negativos relacionados com os mercados petrolíferos caiu relativamente a setembro de 2020, quando descemos o rating para CCC, ou relativamente a setembro de 2021, quando mantivemos o rating em CCC", argumenta a Fitch Ratings.
De acordo com os cálculos destes analistas, o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter caído para 78,5% no final de 2021, o que representa, admitem, "uma melhoria significativa face à previsão de 126,9% feita em setembro de 2020 e bem abaixo dos 123,8% do PIB em 2020".
O rácio da dívida face ao PIB, um dos indicadores mais seguidos pelos investidores internacionais para aferir a capacidade do país honrar os compromissos financeiros, deverá descer ainda mais, para 74,8% do PIB em 2022 e 73% do PIN no próximo ano, "em resultado do aumento nominal do PIB (que subiu 32,4% em 2021, parcialmente refletindo os preços do petróleo), uma estabilização do kwanza, com a depreciação anterior a ser uma importante razão para o aumento da dívida nos anos anteriores, devido à dívida em moeda estrangeira valer 70% do total, e um empenho contínuo na consolidação orçamental.
Apesar da forte redução no rácio da dívida, Angola continua acima dos países que a Fitch classifica como estando na escala B de investimento, que têm uma média de 68% do PIB, alertam ainda os analistas na nota, que conclui que a despesa vai continuar relativamente estável face ao PIB, apesar de o Governo ir "evitar mais consolidação orçamental em vésperas das eleições de 2022".
O rating de B-, que representa uma subida de dois níveis face ao CCC anteriormente atribuído pela Fitch Ratings, significa que os analistas consideram que apesar de o crédito ser altamente especulativo, o país tem capacidade de cumprir os compromissos financeiros, e está a cinco níveis do grau de investimento (a partir de BBB-).
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