Wall Street abre semana em forte queda por subida de rendimentos
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em acentuada baixa, com os investidores abalados pela subida dos rendimentos obrigacionistas e inquietos com a reação da reserva Federal (Fed) à inflação.
© Lusa
Economia EUA
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,51%, para os 35.368,47 pontos, ao passo que o alargado S&P500 abandonou 1,84%, para as 4.577,11 unidades.
A maior queda foi a sofrida pelo tecnológico Nasdaq, que desvalorizou 2,60%, para 14.506,90 pontos.
Os rendimentos das obrigações da dívida pública dos EUA a 10 anos evoluíam no máximo de dois anos, em 1,87%, contra os 1,78% da véspera.
A praça bolsista esteve fechada na segunda-feira por ter sido feriado, em honra de Martin Luther King.
No seguimento da tensão obrigacionista, o dólar ganhou força face ao euro, valorizando 0,75%, para se trocar a 1,1322 dólares por um euro, enquanto as cotações do petróleo prosseguiram a sua escalada, atingindo máximos desde 2014.
"Os investidores procuram ver com mais nitidez a maneira com a Fed vai atuar para gerir a inflação", comentou Adam Sarhan, da 50 Park Investments.
"A Fed está encostada à parede e os investidores ansiosos. Como é que ela agir se a inflação persistir? Como equilibrar os riscos para subir as taxas sem diminuir o crescimento?", questionou.
Os investidores estiveram de novo dominados por eventuais mudanças de opinião da Fed, a uma semana da reunião do seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), "quando há novos comentários no mercado que evocam a possibilidade de uma subida em 50 pontos-base (0,5 pontos percentuais) em março" da taxa de juro de referência, assinalou Patrick O'Hare, da Briefing.com.
Até agora, os investidores tinham interiorizado três subidas de 25 pontos-base ao longo de 2022.
"É uma possibilidade", indicou Adam Sarham. "A Fed é muito criativa e pode surpreender o mercado", acrescentou.
A queda bolsista foi desencadeada pelos títulos do setor da tecnologia.
Todos os grandes nomes da tecnologia perderam terreno, como Facebook (Meta, -2,96%), Google (Alphabet, -2,50%), Amazon (-1,99%) e Apple (-1,89%).
"O setor da tecnologia, que contém numerosas empresas avaliadas principalmente com base no seu potencial de lucros futuros, está sob pressão, devido à subida dos rendimentos da dívida pública", avançou Art Hogan, da National Securities.
"Quanto mais os rendimentos (obrigacionistas) aumentam, mais os ganhos futuros destes grupos perdem valor", acrescentou.
O setor bancário esteve também a sofrer. O Goldman Sachs, membro do Dow Jones, dececionou e foi fortemente penalizado, com uma desvalorização de 6,97%.
Apesar de este banco de investimento ter apresentado em 2021 um volume de negócios e lucros recordes, os seus resultados no quarto trimestre dececionaram as expectativas.
Arrastado, o Morgan Stanley, que deve apresentar resultados na quarta-feira, perdeu 4,78%.
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