Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones fechou a valorizar 0,66%, para os 36.585,06 pontos, enquanto o alargado S&P500 progrediu 0,64%, para as 4.796,56 unidades.

Já o tecnológico Nasdaq ganhou 1,20%, para os 15.832,80 pontos, mas ainda está longe do seu máximo histórico.

Apesar de uma propagação inédita do novo coronavirus no mundo, depois do aparecimento da variante Ómicron, "os receios estão a diminuir", avançou Jack Ablin, responsável da estratégia de investimento na Cresset Capital.

Apesar de a média dos casos ter triplicado nos EUA, o número de mortes diárias está em ligeira baixa.

Para Ablin, a praça nova-iorquina adotou "um cenário de crescimento", que a levou a favorecer os grupos tecnológicos, desde logo os de bens de equipamento.

O fabricante de cartas gráficas Nvidia (+2,41%), de semicondutores AMD (+4,41%) ou o conglomerado das placas de memória Micron (+2,79%) aproveitaram esta vaga inesperada.

"É notável que o mercado se comporte tão bem com as taxas de juro em alta neste momento", comentou Ablin. "Poderia esperar-se que as ações tecnológicas caíssem ».

O rendimento da dívida pública dos EUA a 10 anos subiu 12 pontos-base (0,12 pontos percentuais) para 1,63%, pela primeira vez desde ao aparecimento da variante Ómicron do novo coronavirus.

As empresas tecnológicas são classificadas com frequência na categorias 'valores de crescimento', o que significa que têm necessidade de investir para se desenvolver, beneficiando de um ambiente de baixas taxas de juro.

Mas a perspetiva de uma subida destas taxas pelo banco central dos EUA, a Reserva Federal (Fed), este ano e a que hoje se verificou dos rendimentos da dívida pública assinalam um encarecimento do crédito, que à partida lhes é desfavorável.

Já o bom desempenho das sociedades financeiras na primeira sessão do ano é mais lógico, em contexto de aumento das taxas de juro.

Assim, Goldman Sachs (+3,34%), Visa (+2,18%) ou American Express (+2,82%), todos membros do Dow Jones, contribuíram para o novo recorde deste índice bolsista no dia de hoje.

Mas o dia foi marcado pela nova capitalização bolsista da Apple, que depois de uma valorização de 2,50%, tornou-se a primeira empresa a superar o limiar dos três biliões (milhão de milhões) de dólares (2,7 biliões de euros).

Este conglomerado, baseado em Cupertino, no Estado da Califórnia, tinha passado o limiar do bilião de dólares há pouco mais de três anos, 38 anos depois da sua introdução em bolsa.

Símbolos das evoluções em altos e baixos acentuados, os títulos símbolo da crise do covid, como os das empresas de cruzeiros, subiram, como os da Carnival (+6,41%), Norwegian (+6,94%) ou ainda Royal Caribbean (+5,11%).

Já em outro conjunto de empresas em destaque na pandemia, o dos laboratórios farmacêuticos, Moderna e Pfizer fecharam em fortes quedas, de 7,45% e 4,06% respetivamente, com os investidores a abandoná-los à medida que a sua vantagem concorrencial diminui na luta contra o novo coronavirus.

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