Shell abandona projeto de petróleo na Escócia
A petrolífera Royal Dutch Shell anunciou hoje a sua retirada de um projeto de exploração de petróleo ao largo das ilhas Shetland, na Escócia, contestado por organizações ambientalistas, alegando que o interesse económico "não é suficientemente forte".
© Getty Images
Economia Shell
"Após uma revisão completa" do projeto Cambo, a Shell indicou num comunicado emitido na quinta-feira à noite que concluiu "que o interesse económico em investir neste projeto não é suficientemente forte neste momento".
O projeto, que aguarda o sinal verde do governo britânico, tornou-se num motivo de contestação das organizações ambientalistas durante a cimeira climática COP26 em Glasgow, que decorreu em novembro.
Antes, no início de outubro, a Greenpeace organizou uma manifestação em Londres, que resultou na prisão de vários ativistas.
O campo de petróleo de Cambo, detido em 70% pela Siccar Point Energy e em 30% pela Shell UK, contém o equivalente a mais de 800 milhões de barris de petróleo, dos quais 170 milhões devem ser extraídos na primeira fase do projeto.
A decisão da Shell "deve ser o golpe fatal para Cambo", saudou a Greenpeace, afirmando que o governo "está cada vez mais sozinho no apoio ao campo de petróleo".
A Oxfam, por sua vez, acolheu uma decisão "positiva", apelando ao Executivo para "vetar a exploração de Cambo e de outros campos de petróleo no Reino Unido".
O acordo final da COP26 organizado pelo Reino Unido em Glasgow responsabilizou pela primeira vez explicitamente os combustíveis fósseis como a principal causa do aquecimento global, pedindo "o fim dos subsídios ineficientes" a essas energias.
Porém, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou comprometer-se com o fim da exploração de petróleo no Reino Unido.
O Governo britânico quer que 75% da eletricidade seja de fontes limpas até 2035 e espera alcançar a neutralidade carbónica em 2050, mas continua a depender do gás natural para a produção de energia.
"O investimento contínuo em petróleo e gás no Reino Unido continua a ser essencial para a segurança energética do país", sublinhou a Shell no comunicado, acrescentando que "o Mar do Norte - e a Shell - têm um papel crítico a desempenhar na matriz energética do Reino Unido".
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