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Corte Real admite pedir auditoria forense a atos de gestão passados

O candidato a presidente da Associação Mutualista Montepio Geral Pedro Corte Real admite rever os salários e benefícios dos administradores da mutualista e pedir uma auditoria forense caso encontrem atos de gestão suspeitos.

Corte Real admite pedir auditoria forense a atos de gestão passados
Notícias ao Minuto

10:39 - 02/12/21 por Lusa

Economia Montepio

"Não vamos para a associação mutualista numa atitude persecutória relativamente a algum ato de gestão ou a alguma pessoa. Agora, vamos sentar-nos com auditores e se houver situações em que se entende que é preciso um olhar diferente do que simplesmente económico e financeiro, um olhar forense relativamente à legalidade de algumas operações, aí, na intransigência da defesa associados e do país, não teremos problemas em pedir outro género de análise às contas", afirma o cabeça de lista da lista B em entrevista à Lusa.

Já sobre as remunerações dos administradores da mutualista, diz o professor universitário de matemática que "não pode haver contas em que as pessoas não saibam quanto ganham, e com todos os benefícios associados ao cargo, cada um dos membros dos órgãos de administração".

Sobre eventual redução das remunerações dos administradores do Montepio, diz que "provavelmente o caminho será uma redução", mas que para isso precisa de dados pois não conhece o valor que recebe cada administrador.

"O que vamos garantir é que o custo para os associados do Conselho de Administração é justificável, o que não me parece que exista agora", afirma.

No relatório e contas da mutualista, a informação das remunerações apenas aparece agregada. Em 2020, segundo o documento, os órgãos de gestão da mutualista receberam 2,043 milhões de euros de remunerações (e outros benefícios de curto prazo), a que se somam gastos de 964 mil euros com pensões de reforma e subsistema de saúde e encargos de 421 mil euros com a Segurança Social.

Já sobre salários de administradores das empresas do grupo, caso de banco Montepio e seguradoras, diz que precisando o Montepio "dos melhores" as remunerações "não podem ser muito diferentes dos valores do mercado".

Quanto a processos de saídas de trabalhadores e de fecho de agências que têm acontecido no banco, considera que deve ser "a última solução para qualquer instituição e por maioria de razão para uma associação mutualista" e que se o grupo estivesse a expandir a sua atividade seria possível mudar as pessoas de funções, sem as despedir, eventualmente dando formação profissional.

Aliás, considera Corte Real que o grupo não aproveita adequadamente os clientes e associados que tem na oferta de produtos e modalidades que lhes poderiam interessar e que estes não estão adequados ao tempo atual e às preocupações das pessoas.

Para isso, caso vença, vai lançar um inquérito para saber as principais preocupações dos associados e poder adequar as modalidades aos que estes pretendem. Considera ainda que as modalidades que a mutualista tem na área da saúde e habitação precisam de ser melhoradas.

"A oferta Montepio no apoio à terceira idade é importante mas é cara, a maior parte dos associados não consegue ter acesso, pois facilmente os preços excedem 2.000 euros mês. Podemos criar um produto de poupança que permite aos associados aforrar com essa preocupação", afirma, acrescentando também que há que desenvolver a assistência domiciliária. Também o cartão de saúde tem "muito por explorar".

Entre 13 e 17 de dezembro, os associados da Associação Mutualista Montepio Geral vão eleger o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal, a Mesa da Assembleia-Geral e a Assembleia de Representantes para o mandato 2022-2025.

A Assembleia de Representantes é o novo órgão da mutualista, ao abrigo dos novos estatutos, onde serão debatidos e votados documentos fundamentais para a mutualista, como orçamento e plano de atividades. Este órgão conta com 30 membros eleitos por método de Hondt, pelo que é previsível que integre representantes das várias listas concorrentes.

Questionado sobre se está disponível para entendimentos, Corte Real diz que com as listas A (liderada por Virgílio Lima, atual presidente da mutualista, pois em final de 2019 sucedeu a Tomás Correia) e D (liderada por Pedro Alves) será "muito difícil", pois são "são continuações de Tomás Correia, são projetos de poder que nada têm ver com o mutualismo".

Já com a lista C, encabeçada por Eugénio Rosa, considera que apesar de não se terem conseguido entender para uma lista única continua a ser "mais o que une que o que separa" e que poderão "chegar a acordo relativamente a um conjunto de matérias".

Leia Também: Corte Real quer Estado envolvido em solução para Montepio

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