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Empresas portuguesas resistem à crise e reinventam-se no mercado angolano

As empresas portuguesas resistem à crise, reinventando-se no mercado angolano, com um olhar otimista sobre o médio prazo, apostando nos resultados dos esforços do executivo para a diversificação da economia, disse à Lusa fonte da AICEP.

Empresas portuguesas resistem à crise e reinventam-se no mercado angolano
Notícias ao Minuto

09:17 - 02/12/21 por Lusa

Economia Crise

O delegado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em Angola, Miguel Fontoura, em entrevista à Lusa, coincidindo com a celebração do Dia de Portugal na Feira Internacional de Luanda (FILDA), traça uma perspetiva moderadamente otimista para os próximos dois anos e animadora no médio prazo.

As empresas olham com otimismo moderado os próximos dois anos, mas sobretudo o médio prazo, daqui a cinco, a dez anos. Angola está realmente a fazer um esforço de diversificação que vai dar frutos, agora isso não acontece de um dia para o outro", destacou o responsável da AICEP.

Empresários nacionais e luso-angolanos estiveram recentemente com Marcelo Rebelo de Sousa, num jantar que assinalou, no domingo, o final da sua passagem recente por Luanda, onde o Presidente português teve oportunidade de auscultar o sentimento do meio empresarial em Angola.

"Foi muito útil para o Presidente ter um retrato daquilo que são as dificuldades, os triunfos, as ansiedades e as perspetivas para o futuro", observou Miguel Fontoura, realçando entre os principais pontos o facto de as empresas portuguesas continuarem "a acreditar no mercado" angolano e se terem reinventando e resistido, numa altura em que o país africano entra no sexto ano de recessão económica e, tal como o resto do mundo, ressente-se do impacto negativo da pandemia.

Entre as preocupações expressas pelos empresários estão a nova variante Ómicron, devido à incerteza que coloca em termos de circulação de pessoas, bem como as dificuldades de um mercado que "é muito promissor", mas continua em ciclo recessivo.

Miguel Fontoura sublinhou que a AICEP tem apoiado as empresas, identificando oportunidades de negócio e promovendo parcerias com entidades angolanas e portuguesas, mas atuando também em conjunto com o Governo português na regularização de pagamentos atrasados.

O mesmo responsável salientou os esforços que têm sido feitos para "resolver caso a caso" estes problemas, garantindo que foram dados "passos de gigante" nos últimos três anos, com muitas empresas a recuperarem os seus créditos.

Também positiva tem sido a "normalização cambial" que dá "mais segurança às empresas".

"O normal seria -- e para lá caminhamos, creio -- uma economia que tenha o kwanza convertível para que as transações sejam feitas em kwanzas como poderiam ser feitas em francos suíços ou coroas suecas", enfatizou Miguel Fontoura, sublinhando que "tecnicamente" não há questões que impeçam o repatriamento de lucros, embora possa haver "questões pontuais" relacionadas com a escassez de divisas.

O delegado da AICEP vê também com bons olhos o reforço da "solidariedade empresarial" e adiantou que, no jantar com Marcelo Rebelo de Sousa, foi lançada a ideia de criar um fórum informal de empresários para troca de experiências e abordagem de questões relevantes.

"Temos mais de mil empresas em Angola e muitos não se conhecem", afirmou, anunciando que a AICEP pretende organizar, no próximo ano, caso haja alívio das restrições face à covid-19, seminários de comércio e investimento no Huambo, Huíla e Benguela para promover contactos e aproximar os empresários.

"A ideia é nós, AICEP, levarmos empresas -- que estejam cá e que queiram vir de Portugal -- em coordenação com os governos provinciais, que irão também selecionar empresários locais, para promover o 'networking' do qual podem nascer oportunidades de negócios e parcerias", explicou, defendendo que as empresas devem olhar para fora de Luanda.

Este ano, a AICEP deu também "um passo à frente" e mobilizou a presença conjunta de uma dezena de empresas portuguesas no regresso da 36.ª edição da FILDA, depois da interrupção de 2020 e três adiamentos já este ano, por força da situação pandémica.

Portugal assegura este ano, a maior representação internacional no evento, que decorre até sábado, com empresas do setor da construção, agroalimentar, indústria metalomecânica e tecnologias da informação e comunicação.

"Quisemos mostrar que é nos períodos difíceis que estamos presentes e em Angola, onde temos um interesse estratégico tão forte, não podíamos não estar presentes na FILDA", reforçou.  

Questionado sobre se os resultados compensam o investimento dos expositores, Miguel Fontoura assinalou que o retorno nem sempre é imediato.

"Trata-se de criar uma relação e alimentar essa relação, o que poderá vir a dar um negócio. Por vezes, pode acontecer na feira, mas a maior parte dos negócios não acontecem na FILDA. Conhecem-se as pessoas na FILDA, para estabelecer uma relação e depois assinar um contrato", observou o delegado da AICEP em Angola.

Leia Também: Empresas que promovem conciliação entre trabalho e família adaptaram-se melhor à pandemia

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